Em recente sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo, o Deputado Ramalho da Construção (PSDB) fez duras, corajosas e pertinentes críticas à construção do estádio do “Fielzão”.
Baseou-se, sobretudo, no parecer do MP-SP, afiramando que o Corinthians e a Odebrecht, de maneira irregular, apresentaram um projeto à Prefeitura, mas construíram em cima de outro.
Ou seja, com a obra quase no final, sequer foi aprovada a autorização para que fosse iniciada.
Selecionamos, abaixo, os principais trechos da explanação do deputado, que, por sinal, é corinthiano:
“A “Folha de S.Paulo” de ontem revela que o projeto está irregular.
Vou ler alguns trechos da matéria da “Folha de S.Paulo” de ontem, domingo.
“O problema nas obras do estádio do Corinthians é que o projeto em execução é diferente do aprovado pelo município em maio de 2011. Aquele projeto, aprovado em tempo recorde (42 dias, segundo a Promotoria), previa um estádio com 51.542 lugares, segundo nota da Prefeitura.”
É lamentável !
Todos sabem que a aprovação de qualquer projeto para qualquer cidadão em São Paulo leva até 36 meses e o Itaquerão foi aprovado em 42 dias.
Que maravilha se fosse assim para todo cidadão.
“Ocorre que a ODEBRECHT, empresa responsável pela obra, apresentou um projeto com alterações em 25 de julho deste ano, quando as obras já beiravam os 90% de conclusão. Esse pedidos mais recente ainda está em “análise” na Prefeitura.”
Quer dizer que a toda-poderosa Odebrecht primeiro faz o prédio e depois coloca para análise da Prefeitura? E se a Prefeitura não aprovar, vai demolir o prédio? É só na Odebrecht que acontece uma coisa dessas.
“Na lista de modificações em relação ao projeto original estão, segundo a Prefeitura, a redução da capacidade para 46.116 pessoas e a diminuição de 3702 para 2943 vagas no estacionamento.”
Aprova-se um projeto e depois faz alterações? Que absurdo!
“As mudanças preveem ainda um acréscimo de área construída de aproximadamente 38 mil m², um aumento de 25% do total aprovado. A Odebrecht diz se tratar de ‘alguns ajustes no projeto arquitetônico’ e que possui todas as autorizações necessárias.”
Quem aprova um projeto em 45 dias é capaz que tenha mesmo. Espero que a exemplo da Brooksfield não tenha pago alguns milhões para aprovar. Se bem que não houve aprovação, pelo menos é o que diz a diretora da prefeitura.
“Não é uma mudançazinha não. Eles pediram o alvará para um projeto e estão construindo outro, disse o promotor
Marcelo Milani.”
“Para o promotor da Habitação José Carlos Freitas, a apresentação de um projeto modificado no final da obra tem como único objetivo a legalização de uma obra irregular.”
Não sou eu que estou falando. Quem está dizendo isso é o homem que representa a sociedade e tem experiência em Habitação.
Quer dizer, fazem por conta e risco de quem?
“O que diz a secretária municipal de Licenciamento, Paula Motta Lara, indicada pela gestão Fernando Haddad, do PT, para falar sobre o assunto? Ela diz: “Freitas tem razão de falar que a obra é clandestina” – a secretária indicada assume – “Porém, a falta dessa aprovação ao longo da obra é muito comum em grandes construções que são feitas por conta e risco do responsável, com base em brecha legal.
Brecha legal porque não é casa de pobre. Se fosse de pobre, estava embargada. Eu não posso concordar com isso só porque é obra do meu timão, do Corinthians. Não justifica.
“Na opinião dos promotores Milani e Freitas, trata-se de um caso de omissão do município e os envolvidos podem ser responsabilizados.”
Eu espero que os promotores responsabilizem mesmo. Nós não podemos viver essa coisa porque o cara é todo poderoso.
O município cede. Quando é para pedir audiência para uma pessoa simples, o prefeito – ou quem quer que seja – nem recebe!