No dia em que Rogério Ceni igualou o recorde de Pelé, com 1116 jogos disputados por uma única equipe, 53 mil pessoas lotaram o Morumbi, mas assistiram, de maneira inesperada, a Ponte Preta fazer história.
Vitória por três a um, de virada, que deixou a Macaca a um passo de decidir a copa Sul-Americana, em busca do primeiro título de seus 113 anos de vida.
Uma situação que somente um esporte como o futebol poderia proporcionar.
Mesmo sem pressionar muito, o São Paulo manteve o domínio da partida durante boa parte da primeira etapa, segurando a bola no ataque, enquanto a Ponte buscava encaixar um contragolpe.
Aos 20 minutos, na primeira jogada realmente perigosa do embate, Ganso recebeu a bola na entrada da área, cortou a zaga e bateu, com enorme categoria no canto esquerdo do goleiro adversário, com a bola batendo na trave e parando no fundo das redes.
Com o Tricolor na frente do placar, a Ponte adiantou o time, equilibrando as ações na partida.
E foi premiada, aos 44 minutos, quando Wendell fez boa jogada pela esquerda, passou por Denilson, cruzou rasteiro e Antonio Carlos, na tentativa de cortar, marcou contra.
Um a um.
Na volta do intervalo, o Tricolor retornou a campo com Wellington no lugar de Lucas Evangelista.
A segunda etapa começou embaixo de tempestade e com pressão surpreendente da Ponte Preta.
Não por acaso, aos 8 minutos, após defesa milagrosa de Rogério Ceni, Leonardo pegou rebote, sozinho, e virou o marcador.
Tentando evitar o desastre, aos 16 minutos, Muricy tirou Maicon e colocou Luis Fabiano.
Quatro minutos depois, o atacante Tricolor recebeu levantamento de Paulo Miranda e quase marcou de cabeça.
O São Paulo tentava atacar, mas Ponte, jogando a vida, se portava muito bem na marcação.
E, no contra-ataque, Wendell recebeu de Rildo – um terror – pela esquerda, entrou na área e bateu forte, a bola desviou na zaga enganando Rogério, ampliando a vantagem da Macaca.
Na sequencia, Chiquinho entrou no lugar de Felipe Bastos e Magal no de Elias.
Aos 30 minutos, Ademilson saiu para dar vaga a Welliton, no Tricolor.
Na pressão, Luis Fabiano, de cabeça, quase diminuiu o marcador, aos 39 minutos, mas o goleiro campineiro salvou numa defesa espetacular.
Um minuto depois, Welliton, sem goleiro, perdeu gol incrível, com Artur salvando a bola em cima da linha.
Machucado, mas com o dever cumprido, o arqueiro ponte-pretano Roberto, chorando muito, deu lugar a Edson Bastos, aos 44 minutos.
No final, mesmo inferior tecnicamente – tanto que luta para escapar do rebaixamento no Brasileirão – a Ponte Preta honrou a sua história, derrotando o gigante São Paulo, num feito notável.
Pode agora perder até por dois gols de diferença na partida de volta para obter a vaga na finalíssima da Sul-Americana.
Ao São Paulo, que claramente subestimou o adversário, resta a missão quase impossível de tentar salvar o terrível ano de 2013 com uma goleada absolutamente improvável em Mogi Mirim.