Uma sucessão de negócios ruins e dívidas galopantes com instituições financeiras estão obrigando a WTORRE, construtora da Arena Palestra, a se desdobrar para sobreviver.
Sem medir esforços, até com alguma irresponsabilidade, Walter Torre, proprietário da empresa, se meteu a construir empreendimentos lançando mão de empréstimos e emissão de debentures (caso do estádio palestrino), acreditando que, com a operação dos negócios, conseguiria pagar as pendências.
Não deu certo.
Hoje a dívida da WTORRE supera os R$ 5 bilhões, R$ 1,5 bilhão a mais do quem em 2012, período em que foi rebaixada pela agência de classificação de risco Fitch, referência no mercado.
http://blogdopaulinho.com.br/2012/04/05/agencia-fitch-rebaixa-wtorre-e-arena-palestra-corre-riscos/
No desespero, Torre colocou a venda os 50% que a construtora possui sobre o Shopping JK (o restante pertence ao grupo Iguatemi, do empresário Carlos Jereissati).
Pediu R$ 800 milhões, mas recebeu apenas uma oferta, do sócio Jereissati, no valor de R$ 400 milhões.
Montante que sequer chega a um terço do que é devido pela empresa em financiamentos realizados para erguer o empreendimento.
Não é por acaso, também, que conflitos começaram a acontecer no trato entre Palmeiras e WTORRE na gestão da ARENA, em contrato que oficialmente teria que durar 30 anos, com prazo sendo iniciado após a entrega das obras.
Eis o problema.
Todo o dinheiro investido pela construtora na obra é fruto de hábitos descritos no início da matéria, ou seja, empréstimos e emissão de debentures.
A grande questão é que o valor orçado ultrapassou o previsto, mais de R$ 450 milhões foram tomados das instituições financeiras e, com o estouro também do prazo de entrega da Arena, findou o período de pagamento das obrigações.
Resumindo, a WTORRE não tem dinheiro para finalizar a obra, muito menos pagar seus credores.
Por isso força a barra para que o Palmeiras rompa o contrato e a indenize pelo que diz ter gasto, com o clube depois tendo que correr atrás doutra construtora para fazer o estádio.
Alternativa que, talvez, seja até melhor do que conviver durante 30 anos com um parceiro que, comprovadamente, não é confiável nos negócios.