Não é de hoje que a truculência e o medo de que as irregularidades sejam conhecidas pelo público dominam a cabeça dos principais dirigentes do Corinthians.
A imprensa séria raramente é bem recebida no Parque São Jorge.
Em dezembro de 2006, quando o clube estava mergulhado em crises políticas e também no futebol, o conselheiro vitalício do Corinthians, Manoel Ramos Evangelista, o sempre vulgo Mané da Carne – que depois viria a se tornar assessor de Andres Sanches na presdiência – pediu, de maneira oficial, “providências” contra o jornalista Benjamin Back, que, à época, revelava as verdades, tristes, dos bastidores alvinegros.
É desnecessário explicar o que significa tomar “providências”, contra algo ou alguém, no vocabulário desse tipo de gente.
Confira abaixo a transcrição da fala do referido conselheiro e a cópia do trecho da ATA de uma reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, realizada no final de 2006.
“(…) um conselheiro nosso, não sei se ainda é conselheiro, Benjamin Back, ele nos humilha todos os dias na rádio, e ninguém toma providência (o presidente do CD informa que o mesmo não é mais conselheiro), está afastado, mas continua nos humilhando e ninguém toma providência.
Temos que tomar providências, não podemos continuar sendo humilhados.
Temos desembargadores, tem pessoas, eu não preciso citar as pessoas que estão aqui dentro, não podem ser humilhados, a diretoria tem que tomar providências (…)”
“(…) Eu nunca humilhei ninguém. Se eu passei para um lado, eu sou homem, como fiquei 16 anos com o presidente Alberto Dualib, sempre apoiando, sempre votando nele (…)
(…) votei e trabalhei, ele sabe disso. Nunca fugi de nada. Tenho que escolher meu espaço, Meu espaço sou eu que escolho, ninguém manda em mim. Quero dizer o seguinte: Na rua sou humilhado, meus filhos são humilhados, todos nós somos humilhados (…)”