Muito se comentou, ontem, nas mídias sociais, sobre a infelicidade de uma frase no texto de Amir Somoggi, publicada pelo site do Lance, que criticava a política do São Paulo de reduzir o preço dos ingressos para atrair torcedores:
“Quando o preço cai muito, o nível do torcedor que vai ao estádio é muito pior. Inclusive, atrai um perfil de público que devemos abolir dos estádios, que é uma bandidagem.”, disse o colunista.
Sim, errou.
Pesou demasiadamente a mão.
Não conheço Somoggi suficientemente para opinar a respeito de sua conduta e reflexões, mas tenho amigos que o tem em ótima conta, razão pela qual discordo veementemente de seu raciocínio, creio que, mal colocado em palavras, respeitando-o como cidadão.
Há de se ter nos estádios brasileiros uma divisão que atenda a todos os tipos de público, seja ele o mais pobre, que realmente representa a essência do futebol brasileiro, até os mais abastados, que podem sim pagar mais caro, até subsidiando possíveis prejuízos que seriam ocasionados pela redução do preço das entradas.
O grande problema da bandidagem nos estádios não está relacionada ao preço dos ingressos, muito pelo contrário, mas sim à frequência de torcedores “organizados”, verdadeiro covil de marginais, que, mantidos pelas próprias diretorias dos clubes, sentem-se os donos do pedaço, incomodando a quem realmente se porta de maneira decente nos espetáculos.
E a frequência dessa gente independe de preço dos ingressos, porque o deles, sempre sai na “faixa”, subsidiado por quem não quer receber críticas pela incompetência.
A solução para resolver o impasse é simples: cumprir a Lei.
Lugares numerados, sem preferência ou reservas, em que torcedores se misturam, evitando a formação de guetos de valentes, que, sozinhos, comportam-se como carneirinhos.
Abolir a bandidagem do estádio passa por devolver ao público comum, decente, trabalhador, a igualdade de benefícios, seja ela nos locais mais baratos ou até mesmo nos camarotes mais requintados.