Durante a semana, o jornalista Mauro Beting anunciou que havia sido demitido da rádio Bandeirantes, externando toda a sua tristeza por intermédio de mídias sociais.

A repercussão foi enorme.

Beting é muito querido no meio jornalístico, sempre gentil, e também com o público, que admira seu bom humor e inteligência no momento de colocar os comentários.

Tem perfil pouco combativo, é verdade, um tanto quanto “murista”, mas nada que denigra sua integridade profissional.

Absolutamente incomodada, e temerosa, com a reação popular, que colocou o nome do jornalista como dos mais citados do twitter, a BAND resolveu reconduzi-lo ao cargo, dando o dito pelo não dito.

Bem no estilo da emissora.

Ao saber disso, antecipadamente, pela amizade que possui com a direção, o comentarista Neto, num gesto de flagrante oportunismo, imitou o semelhante, Jorge Kajuru, e, numa atuação um tanto quanto canastrona, colocou seu cargo à disposição da rádio, ao vivo, dizendo ainda ser em troca da recontratação de Beting, que ele, espertamente, já sabia que aconteceria.

O que parecia um gesto digno, emocionante, até, nada mais era do que uma atitude típica de autopromoção, aproveitando-se da boa-fé popular.

No final, após a ratificação da recontratação de Beting, a verdade apareceu, com Neto, o “entregador” de cargo, permanecendo, calado, em seu mesmo cargo na rádio, sem que a emissora, em momento algum, tivesse cogitado demiti-lo.

Embora seja absolutamente compreensível qualquer reação emotiva de Beting para o momento, inclusive o ingênuo agradecimento a quem não merece o afago, com o nome que possui, o jornalista não deveria, por dignidade, aceitar retornar à rádio Bandeirantes, depois de ter sido exposto da maneira que foi.

Mas cada qual sabe bem onde o próprio calo aperta, tornado nossa opinião apenas um manifesto exato de nosso pensamento, sem julgamento de conduta de alguém que, por razões já descritas, admiramos.

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