O jornalista tem sempre que tomar cuidado quando decide enveredar, no momento de fazer um texto, por caminhos que superam o seu conhecimento intelectual.
Por vezes dizer algo complexo, de maneira simples, tem mais efeito do que rebuscar desnecessariamente uma opinião.
Além disso, é mais seguro não ultrapassar os limites do próprio conhecimento, risco esse que pode botar a perder algumas horas de trabalho.
Foi o que aconteceu na revista “Isto É”, desta semana, na coluna de Leonardo Attuch, que tratava de questionar o trabalho do Ministro Joaquim Barbosa no julgamento do Mensalão.
Eis que o autor, logo no primeiro parágrafo, na tentativa de ilustrar seu pensamento, atribuiu a Winston Churchill a citação: “Se as pessoas soubessem como são feitas as salsichas e as leis, não comeriam as primeiras e não obedeceriam as segundas.”
Errou feio.
O verdadeiro responsável pela frase foi o Príncipe Otto von Bismarck-Schönhausen, Duque de Lauenburg, (1815-1898).
É aceitável, embora não adequado, que o colunista desconheça o autor ou contexto histórico de uma frase que queira utilizar para expressar seus pensamentos, mas inadmissível que não tenha pesquisado sua origem antes de indica-la ao leitor.
Equivoco que afeta o julgamento de suas ideias logo no início da leitura, e que poderia ter sido evitado se o colunista tivesse, humildemente, escrito nos limites de sua cultura.