Publicamos, ontem, que o candidato a Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é acusado pelo MPSP de lesar os cofres públicos em R$ 590 milhões, quando de sua atuação na gestão Marta Suplicy.
Na ocasião, seu patrimônio inexistia e suas dívidas se multiplicavam, muitas delas cobradas judicialmente pelos credores.
Porém, como num passe de mágica, sua vida melhorou.
Analisando a declaração de bens de Haddad (PT), publicada no site oficial do TSE, percebemos tratar-se de um cidadão da nova classe média, embora alguns dados relatados sejam um tanto quanto inverossímeis.
Por exemplo, é difícil acreditar que o apartamento que possui no bairro do Paraíso, próximo à valorizadíssima avenida Paulista, custe apenas R$ 90 mil, preço de imóveis populares na periferia paulistana.
Há também uma casa no Planalto Paulista, em que o candidato declara ser proprietário de ¼ do imóvel, avaliada sua parte em R$ 183 mil, que, segundo especialistas do mercado, vale pelo menos o dobro do relatado.
O carro EcoSport 2006, de R$ 58 mil e os valores na conta corrente do Banco do Brasil, R$ 1,6 mil, são também para inglês ver, sabedores que somos de que o candidato tem outros veículos em nome de terceiros.
Haddad declarou, somando todos os bens, um patrimônio de R$ 472 mil à Justiça Eleitoral.
Para quem o conheceu no passado, o petista costuma justificar sua evolução patrimonial como oriunda de herança familiar.
Dos R$ 472 mil declarados, que na verdade podem corresponder a mais de R$ 1 milhão em avaliação mais apurada, apenas R$ 140 mil foram herdados do espolio.
Para que o leitor avalie como a vida de Haddad mudou após secretariar Marta Suplicy, no período entre 2001 e 2003 na Prefeitura, observe os processos de cobrança de dívidas que o acometiam poucos anos antes.
Por R$ 2.523,60, Haddad teve seu nome negativado pelo UNIBANCO, em 1996, instituição da qual chegou a prestar serviço como consultor.
Em 1999, em ação impetrada por Rosa Maria Alves Puppio Carbone, Haddad foi acusado de calote no valor de R$ 21.766,32.
Ainda no mesmo ano, o petista foi processado pelo credor Marcio Antonio Salermo, que não recebeu R$ 44.123,24.
Em 2001, apenas dois anos antes de Haddad secretariar a Prefeita do PT, novamente o UNIBANCO ingressou com ação de execução de uma dívida no valor de R$ 6.213,86, que o petista, então sem recursos, não conseguia honrar.
Não se sabe quais foram os métodos utilizados por Haddad para ingressar no confortável mundo da classe média paulistana, razão pela qual faz-se necessário um esclarecimento da origem de seus recursos, evitando assim que ilações com o processo a que responde pelo prejuízo ocasionado à Prefeitura sejam relacionados às suas aquisições.