Por ALBERTO MURRAY NETO
Confirmou-se o que há muito se suspeitava, que Lance Armstrong, um dos maiores ciclistas do mundo, era uma farsa (assim como são uma farsa as milhas da TAM).
Doping não é apenas a ingestão de substâncias proibidas.
É um caso de polícia, da Interpol.
O tráfico internacional de doping é tão perigoso e lucrativo como o de drogas e armas.
Sou favorável a punições exemplares para atletas dopados e, sim, ao banimento para aqueles que insistem no doping, os reincidentes.
É um trapaceiro que, para exercer o seu ofício, utiliza-se de meios ardilosos, ilegais, subterrâneos, inaceitáveis.
Não é porque Lance Armstrong se disse cansado que as investigações devem parar.
A agência norte americana anti dopagem deve aprofundar a questão, cada vez mais.
Doping não é “privilégio” de Armstrong.
Há muito doping no esporte.
Deixa de hipocrisia.
Quem foi atleta, quem é, que convive nesse meio sabe que existem pressões enormes para que um atleta de boa performance ingira substâncias.
A sedução vem de várias vertentes, técnicos, dirigentes, médicos, empresários e atravessadores mau intencionados estimulam atletas a tomarem essas porcarias.
E o atleta tem que ter muito equilíbrio, sensatez, para afastar de si essas pessoas e não cair na tentação.
Afinal de contas, são décimos, centésimos que podem mudar a vida dele.
E sempre há aquele discurso de que “se tomar agora e mascarar amanhã não dá nada, pode confiar. Veja o fulano de tal, que tomou, foi bem e não deu nada.”
Sim esse tipo de atitude existe, e muito, a toda hora, no mundo todo, inclusive no Brasil.
Já disse e escrevi algumas vezes e aqui reafirmo que doping é caso de polícia.
Não adianta ficar só com agências, Comitês Olímpicos, Confederações e Federações.
Isso não inibe o tráfico.
Tem que pegar na origem e não simplesmente punir quem é pilhado.