Do FUTEBOL & NEGÓCIO

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Nos últimos dias, muito se fala da dança dos técnicos no futebol brasileiro, já que dois dos treinadores mais vitoriosos dos últimos tempos perderam seus empregos no São Paulo e no Palmeiras.

Talvez essa constante instabilidade na vida dos treinadores de futebol seja o exemplo mais evidente da falta de planejamento na gestão do futebol tupiniquim.

Se o Vanderlei Luxemburgo diz que ainda não digeriu sua demissão do Palmeiras, eu ainda tento entender os reais motivos da demissão do Muricy Ramalho do tricolor paulista.

A justificativa da diretoria de que os resultados na Libertadores foram a razão de sua saída, apesar do tri-campeonato nacional, soaria coerente vindo da maioria dos clubes do futebol nacional, mas não daquela que se auto-proclama a administração mais profissional e qualificada do país.

Que a diretoria fique triste por não ter conquistado a América pela quarta vez, é super compreensível. O que é difícil de entender é que ela imagine que trazer um treinador que não tem um décimo do currículo do Muricy possa ser a resposta para esse e outros problemas. É óbvio que não vai dar certo! (está escrito!!! Ano que vem vocês podem vir e conferir. O São Paulo não será campeão da América com o Ricardo Gomes como treinador)

No meu entender, a atitude da diretoria tricolor é resultado de uma grande falta de visão, uma grande empáfia e prepotência (imaginam-se um super time que deveria ganhar a Libertadores todos os anos) e, por que não, inveja. Sim, inveja do sucesso do Muricy.

Afinal, por muito tempo, os bons resultados do São Paulo foram em grande parte atribuídos à gestão superior em comparação a seus rivais. Talvez agora a imprensa estivesse dando crédito demais ao Muricy.

O São Paulo clama ser o clube mais bem administrado do Brasil. Talvez ele devesse olhar mais de perto exemplos na Liga de maior sucesso no mundo. A Liga Inglesa.

E é claro que eu vou me referir ao Manchester United e ao Sir Alex Ferguson, que há mais de 20 anos é o manager do time.

Alex Ferguson é considerado, em todo o planeta, o treinador mais vitorioso do mundo. Só com o Manchester United, são 11 títulos nacionais, mais um punhado de Copas nacionais, além de duas Champions League e dois Mundiais interclubes.

Sorte dele e do Manchester que a diretoria lá não era como a do São Paulo. Se fosse, ele jamais teria vencido uma competição sequer com os Diabos Vermelhos.

Alex Ferguson demorou mais de 3 anos para levantar um troféu (Copa da Inglaterra) com o Manchester. Nesse meio tempo, ele chegou a passar períodos de 8 partidas sem vitórias (6 delas foram derrotas) e levou uma goleada histórica de 5 a 1 para os rivais do Manchester City. O título da Copa da Inglaterra acabou mantendo-o no cargo e o resto é história. A partir daí ele montou não um, mas vários esquadrões que arrebataram tantos títulos, mas também, não podemos esquecer, perderam tantos outros.

E talvez aí esteja uma grande diferença (entre muitas) entre esses dois clubes. Lá a diretoria parece dar muito mais valor para as conquistas do que para as derrotas, e parece saber que uma pessoa que guiou o clube em tantos sucessos provavelmente é a mais adequada para continuar buscando novos troféus. Aqui, parece que se dá muito mais importância às derrotas e resolve-se simplesmente ‘apostar’ num rendimento futuro do clube, sem qualquer embasamento que justifique tal troca.

Eu penso até que na mentalidade tricolor, sir Alex Ferguson não poderia jamais ser considerado o treinador mais vitorioso do mundo. Afinal, se ele venceu só duas Champions League, é porque perdeu ao menos umas outras 15. Ou seja, ele é na verdade o maior perdedor do futebol mundial!

E você, o que acha?

PS. Um exemplo muito semelhante do que aconteceu no São Paulo este ano também ocorreu na Inter de Milão na temporada passada, quando a diretoria demitiu o tricampeão nacional Roberto Mancini para contratar José Mourinho, com vistas em conquistar o título Europeu. A grande diferença é que o Mourinho já tinha um grande gabarito como treinador, de até mais sucesso que o próprio Mancini. No entanto, dentro de campo o resultado continuou o mesmo. Sucesso na Itália e fracasso fora.

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