O fetiche da grana
Por SÓCRATES
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A dificuldade de administrar equipes com muitos craques de mesmo nível de excelência, como o Real Madrid de alguns anos atrás, é desnudada a cada tentativa de criação de esquadrões por meio da simples avaliação da capacidade individual dos jogadores a serem contratados. O resultado em geral é muito distante do imaginado; uma realidade que a maioria insiste em não ver, ainda que de tão flagrante torne-se difícil não perceber: não basta um cofre cheio de dinheiro para montar um time imbatível.
Primeiro, porque não existe time sempre vencedor em futebol, mas principalmente porque, para chegar perto desse objetivo, é necessário uma série de fatores conjuntos. Muitos deles estão impossíveis de ser monitorados por quem quer que seja. São fenômenos decorrentes da própria falibilidade humana.
Todos nós sofremos incontáveis influências capazes de nos transformar cotidianamente, o que nos coloca a cada momento em confronto com os sentimentos vividos em um instante imediatamente anterior. Se hoje estamos bem e em paz, amanhã poderemos estar irritadiços, destilando agressividade.
O mesmo acontece em um time de futebol. Podemos ter, em teoria, um excepcional time, o qual, na prática, não deslancha. Até porque isso depende de como os colegas de trabalho se relacionam. E o bem-estar coletivo exige doação de todos os envolvidos. Sem ela, nada feito. Nem com todos os dólares produzidos pela casa da moeda americana até hoje.
Por outro lado, quando se reúnem em um mesmo time atletas com ambições semelhantes e espírito comunitário em alta, vemos um resultado muito bom. Existe um real altruísmo que passa a comandar as relações interpessoais, gerando bem-estar e, consequentemente, uma extraordinária produção técnica, compatível com o desejável para a instituição.
É o que vejo na atual equipe do Palmeiras. Comparando-se os elencos de 2008 e 2009, percebe-se uma brutal diferença de comportamento. O time do ano passado era individualista e egoísta, características que destroem qualquer sonho de grandes realizações. O atual parece unido o suficiente para conquistar o que quer que se pretenda. Respeitando-se, é claro, a capacidade técnica dos adversários, que, quando superior, aumentará a dificuldade de que isso ocorra ou mesmo a impossibilidade.
É necessário, entretanto, estar atento a uma das maiores fraquezas humanas, a de acharmos que podemos ser Deus ou nos aproximar do que Ele representa. Quando nos encontramos em situação superior, por qualquer motivo nem sempre palpável, temos a inclinação de menosprezar, desprezar, intimidar e minimizar o restante da humanidade. Perdemos, nesse momento, a capacidade de discernir exatamente quem somos e o que representamos. Além de nos aflorar o direito de achar que somos diferentes e melhores que os demais.
Nada mais cego do que esse tipo de sentimento. Felizmente, o passo a passo da vida, invariavelmente, nos devolve os pés ao chão com uma rapidez impressionante. Por nos tirar a vitória que achávamos conquistada e expor a nossa mediocridade e insensatez. Todos estamos sujeitos a isso e no esporte não é diferente. O time do Palmeiras não pode cair nessa armadilha. Deve ficar de olhos e ouvidos bem atentos. A soberba atropela quem a veste. ::
Carnaval, a nossa festa maior
Carnaval é sempre uma festa. A alegria deste período compensa razoavelmente o sofrimento por que passa boa parte de nossa gente. Gente essa que, na verdade, é quem faz a folia deslanchar ao contaminar todo mundo.
É uma festa democrática que permite a plena integração de todas as classes sociais – absurdamente desproporcionais em nossa terra. Nela, demonstramos tudo o que somos. Criatividade, alegria, descontração e muita disposição para enfrentar os dias de farra. Pena que o período de festas seja curto e logo voltemos à realidade.
Há sempre uma correlação possível entre futebol e o carnaval. Correm mais ou menos juntos. Quase todos os anos há algum enredo de escola de samba a se referir ao futebol. São partes principais de nossa cultura. Neles nos identificamos e nos irmanamos.
Minhas lembranças mais fortes da iniciação social vêm dos bailes de carnaval. Era o ponto de encontro mais importante de minha juventude. As fortes relações sociais advindas desse tempo se perpetuaram. No futebol, não foi diferente. Grandes amizades e amores nascem nesses poucos dias. Temos todos de aproveitar o melhor desta nossa festa maior.
Grande Sócrates!! Que texto!! Que visão!! Que palavras!! Que análise!! Tudo muito simples, tudo muito sóbrio, tudo muito arejado e claro!! Uma pena constatar que posts polêmicos geram mais comentários do que a pérola acima! E pérola no melhor sentido da palavra, lógico!!
Como são-paulino e imparcial, me desapego ao futebol cada vez mais. Me desgosto do futebol a cada dia. Bastidores ganharam proporções inimagináveis até tempos atrás. O que menos se fala é bola rolando. Uma pena que o principal entretenimento do brasileiro tenha chegado a esse nível!
Paulinho, conheci voce no curso de jornalismo esportivo do Comunique-se. Foi um dia muito bacana, não?
Abraço
Paulinho: Sem dúvida…abraço
Giba,assino em baixo tudo que vc disse.
Sou palmeirense e dificilmente assisto esses programas ridiculos que falam de tudo menos futebol,virou um circo( me desculpem os profissionais do circo).
Os unicos programas de esportes que assisto são os da Espn,porque la existem pessoas sérias e sem rabo preso com ninguém,também assisto os programas do Kajuru do resto é tudo lixoooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!
Paulinho parabéns pela sua inteligencia e ousadia continue sempre assim.
Só vou te pedir um favor investigue também a S.E Palmeiras e envie noticias para nós Palmeirense.
Um abraço e parabéns.