Do “O Globo”
Congresso recebe pedido de CPMI sobre esportes
Claudio Nogueira
Com 194 assinaturas na Câmara e 33 no Senado, o deputado federal Miro Teixeira (PDT\/RJ) e o senador Álvaro Dias (PSDB\/PR) protocolaram ontem, no Congresso Nacional, o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o uso de verbas públicas em patrocínio a clubes, federações, confederações e eventos esportivos.
– A idéia da CPMI está avançando em ambas as casas do Congresso. Deputados e senadores estão entendendo que não se trata de uma CPMI policialesca, mas sim de um levantamento de todo o dinheiro público que vem sendo gasto no esporte. Queremos, na realidade, uma política para o esporte, e o objetivo é levar o esporte para a escola, e não o de perseguir esta ou aquela federação – afirmou Miro Teixeira.
Na prática, porém, a comissão vai requisitar uma auditoria sobre todos os investimentos feitos nos esportes olímpicos através da Lei Piva e das Leis de Incentivos Fiscais, por exemplo. Na manhã de terça-feira, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, esteve em Brasília, e pediu uma audiência com Miro Teixeira para conversar sobre a CPMI e os reflexos que ela pode ter sobre a candidatura Rio-2016. Os deputados que apóiam a comissão sabem que haverá pressão, mas não aceitam o discurso de que a investigação sobre o uso de dinheiro público no esporte possa atrapalhar o Rio na luta para sediar as Olimpíadas.
O mínimo de assinaturas necessárias na Câmara para aprovar uma CPMI é de 171 (equivalente a um terço do total de deputados). No Senado, o mínimo é de 27.
– Temos tido adesões em todos os partidos, e a instalação seria em fevereiro, após o fim do recesso – explica.
Em se tratando de uma CPMI, que é mista, não há votação em plenário, basta a conferição do mínimo de assinaturas e a leitura em sessão do Congresso. Em seguida, os líderes de cada partido indicam seus representantes na CPMI. – Uma CPMI sempre propõe uma transparência. Sei que há certo descrédito em relação a CPMIs, por causa das comissões dos cartões corporativos e do apagão aéreo.
Mas, no caso do esporte, há pouca transparência – disse Álvaro Dias. – Não podemos permitir que se jogue fora dinheiro público. Se há lisura, não há razão para medo.
Tem que ter uma cpi pra investigar as falcatruas dessa quadrilha que toma conta do dinheiro publico…agora, não adianta apenas apurar e naõa punir ninguem.. VAMOS ACORDAR PRESIDENTE, MINISTROS ETC….
Impressionante como o poder se perpetua no Brasil. Se buscássemos o processo de construção política que fez o Nuzman, entrararíamos em choque ao ver quanta gente (de bem) se beneficia desses esquemas, e o pior: a maioria que reclama, é aquela que não conseguiu uma boquinha. Dá até medo, mas quem sabe daqui uns 20 anos as coisas e o caráter das pessoas melhorem. Desanimador…