Muito além do desafio profissional, trata-se de gesto de grande coragem do treinador Felipão, aos 74 anos, assumir o cargo de treinador no Atlético/MG.

De dinheiro, ele não precisa mais.

Estava tranquilo, com função de direção praticamente vitalícia no Athlético/PR, que trocou pela incerteza de ficar à beira do gramado, zona em que nem sempre os resultados acompanham bons trabalhos.

Zero estabilidade de emprego e grande chance de perturbações de torcedores, conselheiros do clube, etc.

Felipão não tem nada a ganhar, ainda que vença os campeonatos futuros, consagrado que já é como o último treinador Campeão Mundial pelo Brasil, na Copa de 2002.

Assim como só tinha a perder em 2014, o que acabou ocorrendo com direito a um sete a um imposto pela Alemanha que, por determinado período, acabou por colocar em dúvida sua condição de ídolo no futebol brasileiro.

Por conta deste revés, ao qual se arriscou, precisou retornar ao trabalho e, novamente, conquistou todos os títulos possíveis na China, na Ásia (o principal do continente), disputou Mundial de Clubes e ergueu, já no Brasil, mais um Brasileiro pelo Palmeiras.

Poderia ‘passar a régua’, como passou ao largar a profissão e se tornar gestor de futebol no Paraná.

Mas há algo em Scolari que não consegue sobreviver longe de desafios, como quando fez de Portugal uma equipe relevante da Europa após décadas de ostracismo no continente.

Pode-se ou não gostar do trabalho de Felipão, questionar sua competência – que este blog trata como inquestionável, mas é impossível dizer que não se trata de um homem de coragem.

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