De maneira inusual, o presidente do Corinthians, Duílio ‘do Bingo’ Monteiro Alves, cedeu o dobro de lugares previsto em regulamento para a torcida visitante, no caso a do Flamengo, mas acomodações do estádio de Itaquera.
De 2 mil para 4 mil.
Pior: colocou-os num setor em que a pressão do torcedor, muito próximo do gramado, evidentemente jogaria contra os interesses do clube que preside.
Em contrapartida, no jogo de volta, os corinthianos – em proporção bem menor do que os visitantes de Itaquera (5% contra 10%) – serão alocados bem distantes, no anel superior do Maracanã, engolidos pelas quase 80 mil pessoas presentes ao estádio carioca.
Esta afronta ao torcedor alvinegro sequer rendeu bom dinheiro ao Corinthians.
O lucro foi de apenas R$ 100 mil, que, se comparado a prejuízos diversos inerentes ao comportamento inadequado, torna-se ainda mais ínfimo.
A conta é simples.
Os torcedores costumam pagar, no setor em que ficaram os flamenguistas, R$ 38 por entrada.
Se tomado apenas por corinthianos, a arrecadação seria de R$ 152 mil.
Para os cariocas, o preço cobrado foi de R$ 140, ou seja, o valor final ficou em R$ 560 mil.
Diferença de R$ 408 mil.
Levando-se em consideração que o excedente de ingressos, além de 2 mil obrigatórios, ou seja, que seriam arrecadados de qualquer maneira, é de outros dois mil, o lucro bruto do Timão com a manobra foi de R$ 204 mil.
Descontados os custos, que giram em torno de 50% do arrecadado, a sobra é próxima de R$ 100 mil.
Pelo valor do carro que o presidente do Corinthians utiliza, talvez em nome de terceiro, dois mil torcedores do clube foram privados de frequentar o estádio de Itaquera nas quartas de final do mais relevante torneio do Continente.