Desde 2009, em ação judicial que já teve decisão favorável ao Corinthians, mas, posteriormente, foi anulada em instâncias superiores, Carla Dualib, neta do ex-presidente Alberto Dualib, tenta receber, através da SMA (empresa de sua propriedade) valores referentes a um contrato firmado entre as partes, em 2003, mas ignorado após a efetivação da parceria com a MSI, assinada em 2004.
O calote iniciou-se na gestão Andres Sanches, que, em 2007, assumiu a presidência do clube para mandato ‘tampão’ após a queda do ex-mandatário.
No recente 21 de junho de 2022, acolhendo pedido da 42ª Vara Cível de São Paulo, a perita Adriana Lucena revelou que a dívida do Timão com Carla seria de, no mínimo, R$ 44.415.254,20 (já descontados valores recebidos no início da vigência do acordo).
Neste montante estariam compreendidas as seguinte intermediações: R$ 7.495.485,49 (SAMSUNG), R$ 34.548.694,95 (NIKE) e R$ 2.371.073,76 (PEPSI).
Existe a possibilidade da dívida ser ainda maior.
A perícia, no relatório, deixa claro que o Corinthians não apresentou todos os documentos solicitados, o que poderá encorpar a indenização:
“(…) V. Excelência determinou que o Requerido (Corinthians) apresentasse os documentos que haviam sido previamente solicitados por esta Signatária e pela Requerente às fls. 1.733/1735 e 1739/1741, conforme fls. 4649”
“Tendo em vista o quanto determinado, o Requerido juntou aos autos as cópias dos contratos firmados com as seguintes empresas: (i) Samsung; (ii) Pepsi; (iii) Panini; (iv) Braziline; e (v) Buettner S/A”
“Após, às fls. 4685/4686 o Requerido informou, entre outros, que: (i) “…movimentou seus departamentos internos em busca dos contratos faltantes, sem êxito,todavia. No geral, tratam-se de contratos de patrocínios antigos, que não estão mais em vigor, alguns, há mais de uma década.”; e (ii) “em relação aos documentos contábeis, o réu disponibilizou para a perita e para o assistente técnico do autor os documentos de que dispunha, consubstanciados nos balancetes, livros diários e razões dos anos de 2007 a 2016…””
Carla Dualib juntou o contrato de patrocínio com a Nike.
Além dos R$ 44,4 milhões, existe ainda cálculo a ser efetuado referente às parcelas mensais devidas pelo Corinthians à SMA, espécie de taxa de manutenção, que, em 2003, correspondiam a R$ 38 mil mensais, acrescidos de custas diversas, como passagens aéreas, hospedagens, etc, que foi prejudicado pela falta de colaboração do clube no processo.
Na última sexta-feira (08), venceu o prazo para o alvinegro contestar o laudo pericial, mas não houve manifestação.
Diante desse deslize, o Departamento Jurídico do Corinthians protocolou petição, em caráter de urgência, solicitando concessão de novo prazo, de mais 20 dias.
A 42ª Vara concedeu a extensão, porém de apenas 15 dias, que vencerão no próximo dia 23.
Confira a íntegra da perícia judicial do acordo Corinthians e SMA (Carla Dualib):
Corinthians vs. Carla Dualib (perícia)