Boa parte da civilização ocidental divide a contagem de anos do planeta entre AC (Antes de Cristo) e DC (Depois de Cristo), fruto de notória influência religiosa da igreja católica.
Dois termos semelhantes, mas nada religiosos, podem definir mudanças de comportamentos e opiniões de personalidades do mundo político, e também da imprensa, no trato com assuntos ligados, por exemplo, à ditadura.
A$ e D$.
Encontramos três exemplos claros em recente homenagem aos 1006 jornalistas que ousaram contestar, em 1979, o relatório final do inquérito militar que apurou o assassinato, tratado à época como “suicídio”, de Vladimir Herzog.
Entre os signatários estavam, Olavo de Carvalho – guru do Bolsonarismo, JR Guzzo e Augusto Nunes.
Salvo a possibilidade de patologia comprometedora de raciocínio, não será difícil para o leitor definir o período em que a defesa da Democracia, destas e de outras personalidades, deu lugar ao compromisso de bajulação aos que lutam pelo retorno do regime que matou e torturou milhares de brasileiros.