Em dificuldade financeira, a Hypera Pharma, no último dia 26, comunicou ao mercado que tomará mais R$ 500 milhões emprestados, em forma de emissão de debentures, para utilização em ‘reforço de caixa’.

É o 12º pedido de socorro da empresa.

Alguns deles especificados para pagamentos de dívidas.

Segundo fonte jurídica, nessa recente transação de debentures, os que se aventurarem estarão por conta e risco, porque os papéis serão emitidos na condição de ‘quirografária’, ou seja, o futuro credor da Hypera, em caso de falência do devedor:

“(…) não usufrui de regalias ou prioridades em relação aos outros. Diz-se de algo que não desfruta de nenhuma preferência ou possui garantias de pagamento, dívida. Em caso de falência diz-se daquele que não tem prioridades e só receberá o que lhe é devido após os demais credores”

Em 2019, a Hypera comunicou, junto com a diretoria do Corinthians, a aquisição dos ‘naming-rights’ do estádio de Itaquera, por R$ 300 milhões em 20 parcelas, anuais, de R$ 15 milhões.

Até o presente momento, não existe comprovação de pagamento.

O presidente do Corinthians, Duílio ‘do Bingo’ Monteiro Alves, chegou a afirmar, em entrevista, que os valores foram repassados, diretamente, à CAIXA, apesar do contrato ter sido aprovado com o Arena Fundo FII.

Soube-se, recentemente, que a dívida do Timão com o banco não recebe um centavo de amortização há alguns anos, o que desmente, por óbvio, a afirmação do cartola.

Quatro dos doze empréstimos tomados pela Hypera ocorreram após o anúncio dos ‘naming-rights’ da Arena e ainda não foram quitados.

Trata-se de aparente ‘bola de neve’, levando-se em consideração que as dívidas, segundo regulamento das debentures, precisarão ser honradas à vista, cinco anos após a emissão dos certificados.

Em 2020, a Hypera realizou duas operações nos valores de R$ 735 milhões e R$ 3,5 bilhões; em 2021, mais R$ 1 bilhão e, agora em 2022, por enquanto, R$ 500 milhões.

R$ 5,73 bilhões em apenas dois anos.

Não se trata da primeira empresa com problemas que associa sua marca à do Corinthians, sendo que algumas delas sequer existem mais – porque faliram, demonstrando a falta de cuidados maiores da diretoria do clube nas análises de risco que cercam a agremiação.

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