Ontem (24), em ato de selvageria e pouca inteligência, um grupo denominado ‘Revolução Periférica’ ateou fogo na estátua de Borba Gato, às portas do bairro de Santo Amaro, em São Paulo.

A justificativa foi a de que o Bandeirante, enquanto desbravava o território paulistano, cometeu graves crimes contra minorias.

Trata-se de indignação justa, mas externada de maneira absolutamente equivocada.

Estátuas, monumentos e diversos artefatos do passado são representações históricas do momento em que foram concebidos e, como tal, devem ser conservados, o que não impede as novas gerações de reformarem as versões, por vezes equivocadas, que fundamentaram suas existências.

Educar, não destruir.

Tomado como correto o comportamento de ontem, sob a mesma ótica, teríamos que atear fogo em todas as igrejas do planeta, que, em nome da religião, promoveram carnificinas tão cruéis quanto, ou, talvez, demolir as pirâmides do Egito, erguidas sob o sangue dos escravizados pelos Faraós.

Não é esse o caminho.

Por fim, a selvageria serviu para ofuscar o tema principal da manifestação, que era a indignação contra um governo genocida, responsável pela morte de mais de meio milhão de brasileiros.

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