Santos e Palmeiras decidirão, em poucas horas, quem será o dono das Américas e, por consequência, representante do Continente no Mundial de Clubes para, noutra missão hercúlea, tentar desbancar a máquina de jogar futebol do Bayern.
A lógica insere o time palestrino como favorito.
O Verdão tem elenco mais robusto e um treinador com repertório e sede pela vitória.
No Santos, tudo indicava que o ano seria ruim, mas, apesar das terríveis administrações recentes, da impossibilidade de fortalecer o quadro de atletas (por conta de punição da FIFA), dos atrasos frequentes de salários, o treinador Cuca fez bem o feijão de arroz, dentro de suas limitações e, principalmente, uniu o grupo em torno de objetivos esportivos – tarefa rara quando nesse tipo de situação – superando, inclusive, seus notórios problemas psicológicos.
Deu sorte ainda de encontrar Marinho, quase no epílogo de uma carreira mediana, com sangue de iniciante, jogando o que nunca jogou, carregando o time nas costas em diversos momentos.
Voltando à lógica, se tem um esporte que adora subvertê-la, esse é o futebol.
Razão pela qual, diante desse contexto, é muito difícil, ainda mais em jogo único num campo neutro, cravar com boa margem o vencedor.
Diria que se o Palmeiras demorar para definir, as chances do Peixe, gradativamente, crescerão.
Fato é que trata-se de um jogo histórico por natureza, o mais importante deles, que merecia ser disputado nos anos 60, com Pelé e Ademir desfilando no gramado.