
Ary Graça
Não haverá o que comemorar quando o novo presidente da Confederação Brasileira de Vôlei for anunciado, amanhã (09), após as eleições.
De um lado está Walter Laranjeiras, o Toroca, de 87 anos, concorrendo a uma reeleição proibida pela Lei Pelé.
Seu vice é Radamés Latari.
Se vencerem, a entidade, em tese, dentre as punições (sentenciada a irregularidade), estaria impossibilitada de ser patrocinada por empresas públicas, que foram alicerce financeiro das últimas gestões.
Pior ainda é o quadro opositor.
Concorre uma chapa encabeçada pelo empresário Marco Tulio Teixeira, que beija as mão de Aécio Neves e também as de Ary Graça, infelicitador notório do vôlei brasileiro.
O vice será Serginho, ídolo do esporte nacional.
Ou seja, a aparente melhor opção é ilegal e a alternativa, imoral.
A CBV tem em seus quadros mais de 100 funcionários e um orçamento de R$ 80 milhões anuais, por isso a briga é de cachorro grande.
O presidente da CBV ganha oficialmente dois salários: 22 mil pela CBV e 22 mil pela ONG Viva Vôlei, há ainda a suspeita de um terceiro salário da Universidade do Vôlei.
O sistema de votação é o seguinte: os votos são abertos, cada federação estadual tem direito a dois votos – 54 no total, atletas tem direito a 12 votos, 2 de quadra, 2 de praia e 8 medalhistas (popularmente chamados de senadores(as)). Entre os atletas foi feita uma consulta e 94% quer Toroca, ou seja, Radamés Latari bem longe da CBV, a bronca deles é pelo atraso nas premiações olímpicas, longas viagens internacionais pela Seleção em classe econômica (a maioria tem mais de 1,90m) e a não aplicação do fairplay financeiro – tem clube devendo salários desde 2019 e ainda assim participa da Superliga, sem que houvesse nenhuma punição.
Toroca tem 87 anos foi 11 vezes presidente do CRB e em plena campanha se encontra em isolamento em Maceió pelo fato de ser do grupo de risco para covid, pouco aparece na imprensa, entre os atletas é conhecido como cabeça de bacalhau, todos sabem que ele existe, mas muito poucos o viram pessoalmente. Quem responde pela campanha é Radamés que é na verdade o candidato de fato.
Todos sabem que Toroca é apenas um fantoche político que serve pra amealhar votos de federações inexpressivas que resistem ao nome de Radamés e assim que vencer renunciará ao cargo para que Radamés assuma o cargo de presidente e nomeie seu filho para CEO da CBV, cargo até então exercido por Radamés. Caso fosse cabeça de chapa Radamés perderia feio já que dos clubes mais expressivos e atletas (94%) e muitas federações querem ele bem distante da CBV e nem mesmo as federações inexpressivas que apoiam Toroca votariam nele.