Ex-diretor de finanças do Corinthians nas gestões Andres Sanches e Mario Gobbi, o contador Raul Corrêa da Silva, mesmo tendo se apresentado, nos últimos anos, como opositor, não se conteve e partiu para bajulação explícita, em rede social, ao ex-presidente.
Sanches passa o bastão do poder a Duílio ‘do Bingo’, logo mais à tarde, no Parque São Jorge.
A mensagem de ‘adeus’ confirma o que o Blog do Paulinho sempre deixou claro: a proximidade entre os cartolas nunca deixou de existir, a ponto de Raul revelar que, em 2018, foi convidado para ser o primeiro vice-presidente na chapa de Sanches, apesar de, à época, financiar a campanha de Felipe Ezabella.
Cumplice de quase todos os atos das recentes gestões alvinegras, Corrêa não poupa elogios ao cartola.
Selecionamos alguns trechos:
“Andrés Sanchez – hoje termina o segundo mandato dele no Corinthians”
“Fez muito”
“(Andres) tornou a me honrar com convite para ser seu primeiro vice em 2018, também não pude aceitar por estar no MCG (Movimento Corinthians Grande), mas procurei contribuir com a gestão (…)”
“Méritos, muitos”
“Espírito empreendedor, deixa sua diretoria trabalhar, transformou o Corinthians em clube protagonista e invejado, fez o CT, fez a Arena, que nunca foi problema e sim solução, montou times vencedores, reformulou a forma de divisão de quotas televisas, etc”
“Como resultado final, (Andres Sanches) um grande Corinthiano, que mesmo estando hoje politicamente em lados opostos, temos que reconhecer e agradecer as oportunidades e seu legado”
“Obrigado presidente Andres, tenha o merecido descanso”
Talvez nem Cristo tenha merecido tamanha deferência nas orações de Raul Corrêa, muito provavelmente porque a gestão de Andres Sanches foi milagrosa para alguns, multiplicando dinheiro no bolso de poucos.
Raul, por exemplo, em 2007, era dono da mediana empresa de contabilidade RCS.
Hoje em dia é sócio do escritório brasileiro da gigante BDO e mantém sob controle diversos contratos em que recebe milhões de reais da Odebrecht, firmados após o início das obras do estádio de Itaquera, quando a ausência de sua assinatura, na condição de diretor de finanças do Corinthians, tinha poder de impedir o início da construção, inviabilizando, por questão do tempo (pela necessidade de sediar a abertura da Copa do Mundo), todo o restante do empreendimento.