Anteontem (08), em live com a participação do jornalista Juca Kfouri, a Pluri Consultoria, através do consultor Fernando Ferreira, escancarou o desastre financeiro do Corinthians em 2019.

“Caminhão descendo a ladeira sem freio”, comparou.

Em resumo:

– o mercado do futebol, como um todo (analisados os 35 clubes mais relevantes do país), cresceu 17%, enquanto o Corinthians diminuiu as receitas em 9% e aumentou as despesas em 23%;

– as despesas são basicamente formadas por folha salarial e contratações de jogadores (quando, diante do quadro exposto, qualquer dirigente responsável, em vez de gastar, teria apertado o cinto);

– essa equação resultou no 2º maior déficit da história do futebol brasileiro (R$ 177 milhões, sendo R$ 115 milhões apenas com o departamento de futebol), perdendo apenas para o Cruzeiro rebaixado à segunda divisão, superando o Botafogo/RJ de 2014;

– patrimônio líquido caiu escandalosos 94%, passando de R$ 321 milhões (em 2016) para apenas R$ 12 milhões;

– em consequência o endividamento total, sem contar o estádio, subiu para R$ 765 milhões, resultando na perda da capacidade de investir no futebol ou, ao tentar mantê-la, empurrar o clube ainda mais no caos financeiro

– o calote em impostos subiu de R$ 43 milhões para R$ 111 milhões, entre os quais a apropriação indébita de Imposto de Renda retido na fonte e também FGTS (descontados dos funcionários, mas não repassados ao Governo);

– dos quase R$ 100 milhões em empréstimos, o Corinthians aceitou pagar juros exorbitantes (tomados de bancos e agentes de jogadores), apesar da inflação estar quase zerada e a taxa Selic figurar na casa de 2% ao ano;

– para os bancos, o clube paga 15% ao ano;

– para Giuliano Bertolucci: 19% ao ano; a Carlos Leite 25%, taxa que, segundo o consultor Fernando, “nem agiota faz esse preço hoje em dia”;

– entre as obscuridades, está o Item ‘Fornecedores’, listado como despesa de R$ 114 milhões, que a Pluri não conseguiu identificar do que se trata

Por fim, a consultoria comparou os ganhos do Corinthians no plano Fiel Torcedor com os de outros clubes.

O resultado foi bem estranho.

Apesar do Timão possuir torcedores com o maior poder de compra do Brasil, o clube arrecadou apenas R$ 18 milhões, contra R$ 80 milhões do Grêmio, R$ 74 milhões do Internacional, quase R$ 60 milhões do Flamengo e R$ 30 milhões do Bahia (exemplos citados no programa).

Incompetência ou nova obscuridade?


Confira abaixo trechos da participação de Fernando Ferreira na live da Pluri:

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