Recentemente, após anos, por má-orientação, renegando sua participação do grande ‘Amor Estranho Amor’, Xuxa Meneghel, enfim, referiu-se à película como ‘ótimo filme’.
Foi o suficiente para que o relançamento da obra, que teve circulação proibida, há decadas, por conta de ação da apresentadora, acatada por Luiz Fux – então juíz de primeira instância, voltasse a ser discutido.
“Amor Estranho Amor”, dirigido por Walter Hugo Khouri, estrelado por Marcelo Ribeiro, Xuxa Meneghel, Tarcísio Meira e Vera Fischer, é um dos melhores filmes da história do cinema brasileiro, invariavelmente tratado com avaliação de “cinco estrelas” pelos principais críticos, entre eles o falecido Rubens Ewald Filho (que tem uma ponta na película).
Trata-se duma história, belíssima, e inteligente, de como, no passado, grandes decisões políticas do país foram tomadas em reuniões realizadas em famosos bordeis de luxo.
Xuxa tem como personagem uma iniciante na mais antiga das profissões, que disputa a atenção do personagem de Tarcísio Meira, amante da dona do negócio, representada por Vera Fischer.
A polêmica se dá pela descontextualização de uma passagem, viralizada pela internet, em que a personagem de Xuxa deita-se com o garoto que narra a história, insinua mais do que mostra – e faz – uma aproximação mais íntima, que serviria para se vingar da dona do bordel, a mãe do menino.
Muito bem filmada, a cena, mais comportada do que centenas já exibidas não apenas no cinema, mas também na televisão, passaria despercebida não fosse a maldade em relacionar um trabalho de atriz com o trabalho de Xuxa com as crianças.
Tomara ‘Amor Estranho Amor’, que assisti, ainda em VHS (original), tenha nova oportunidade de avaliação, após anos de difamações orquestradas por ignorantes e hipócritas, alguns ligados a facções religiosas, estas sim, verdadeiros antros de imoralidades.