Grêmio quatro, Fluminense cinco, desde ontem, entrou para o rol dos históricos embates do futebol brasileiro.
De três a zero contra para, de pé em pé, uma virada em quatro a três, a apreensão do quatro a quatro e o êxtase com o gol decisivo, aos 47 minutos da etapa final.
Os grandes responsáveis pelo raro espetáculo foram os treinadores, Renato Gaucho e Fernando Diniz, mais o segundo do que o primeiro.
O treinador do Flu tem como objetivo profissional colocar seus times para o ataque, mas sem afobação, privilegiando o toque de bola desde o início das jogadas, enquanto o gremista, apesar de ter topado a partida aberta, nem sempre comporta-se desta maneira.
Diniz possui em mãos elenco inferior ao necessário para a implementação de sua proposta, que, para execução ideal, necessitaria, no mínimo, de jogadores medianos, mas ainda assim consegue tirar do que está disponível a beleza e a coragem expostas ontem na Arena gremista.
Um deleite para os olhos e à alma do amante deste maravilhoso jogo que é o futebol.
O que poderia produzir Diniz se tivesse à disposição o orçamento de Corinthians, Flamengo ou Palmeiras ?
No Fluminense, o abusado e competente treinador extrai o limite de seus comandados, mas está longe, ao que parece, de chegar ao seu.
Tomara um dia, em meio ao pântano criativo que se transformou o antes florido e panorâmico futebol brasileiro, a cartolagem lhe permita voos maiores, e que seus colegas de profissão passem a entender, também, que o desejo popular é o de assistir a mais Grêmios e Fluminenses como o de ontem, capazes de orgulhar até os que saíram, no placar, derrotados da disputa.
Grande jogo. Grêmio “dormiu” na vantagem e “acordou” na desvantagem, e não foi por falta da bronca do Renato Gaúcho. Parabéns ao Fluminense.