Emerson Piovesan

No último dia 29 de agosto, o Corinthians foi autuado pela Receita Federal, segundo informações, por apropriar-se, indevidamente, de R$ 18 milhões que deveriam ter sido pagos em impostos.

Para saldar a dívida, evitando possíveis indiciamentos criminais de seus dirigentes, o clube pediu socorro à FPF, que teria adiantado valores referentes às cotas de televisão que deveriam ser pagas somente em 2018.

Apenas para esclarecer: a Globo transfere os recursos para a Federação que torna-se responsável pelo repasse às agremiações.

Vale lembrar que, recentemente, também por sonegação fiscal, quatro cartolas alvinegros foram processados, três vezes, no STF (Andres Sanches, André Negão, Raul Corrêa da Silva e Roberto Andrade) e somente se livraram por conta de milionário empréstimo bancário, que acabou por ampliar ainda mais a dívida alvinegra.

A Receita Federal, em contato com o Blog do Paulinho, respondeu que a ação, de fato, é de autuação contra o Corinthians por irregularidades fiscais, mas negou-se a fornecer mais detalhes, amparada em lei de sigilo.

Questionada sobre os adiantamentos de receita ao Corinthians, a FPF pediu que enviássemos as dúvidas por email; horas depois, além de não esclarecer, a assessoria deixou de atender aos telefonemas (pelo menos em mais duas tentativas).

Conversamos, também, com o Diretor de Finanças do Corinthians, Emerson Piovesan, que, sobre a questão da Receita Federal, respondeu:

“Não estamos conseguindo acessar o site da Receita para verificar, portanto não tenho como confirmar”

Na sequência, o dirigente confirmou a antecipação das cotas de 2018 junto à Federação Paulista de Futebol, mas evitou utilizar a palavra “adiantamento” (que poderia gerar problemas com o PROFUT), preferindo explicar nos seguintes termos: “recursos referentes ao acordo do próximo campeonato”, desmentindo, porém, a utilização do dinheiro para pagamento de dívidas com o fisco:

“(…) o que temos é um acordo visando o campeonato do próximo ano. Os recursos são para pagamentos diversos”.

Quando perguntamos o valor tomado junto à FPF, Piovesan esclareceu:

“Com relação a valores, não podemos revelar, pois trata-se de particularidade de cada clube”

Em 2017, o valor recebido pelo Corinthians, certamente menor do que o do próximo ano, coincidentemente, foi de R$ 18 milhões (suficientes, em tese, para quitar a suposta dívida com a Receita Federal).

No período de um ano, o clube teve mais de uma dezena de notificações do órgão por problemas diversos, entre os quais, no mês passado, para inclusão em dívida ativa por conta de inadimplência em honorários advocatícios.

ABAIXO OS DADOS DO AUTO DE INFRAÇÃO CONTRA O CORINTHIANS NA RECEITA FEDERAL:

Número:19515.720840/2017-77
Data de Protocolo:29/08/2017
Documento de Origem:AUTO
Procedência:PROCESSO DIGITAL
Assunto:AUTO DE INFRACAO – ASSUNTOS PREVIDENCIARIOS
Nome do Interessado:SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA
CNPJ:61.902.722/0001-26
Tipo:Digital
Sistemas:Profisc:Não e-Processo:Sim SIEF:Aguardando Cadastramento SIEF
Localização Atual
Órgão de Origem:PROTOCOLO DEL REC FED DE FISCALIZACAO-SP
Órgão:DIV FISCALIZACAO SERVICOS-DEFIS-SP
Movimentado em:29/08/2017
Sequência:0001
Situação:EM ANDAMENTO
UF:SP
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