Recentemente, o Governo Federal criou o PROFUT, mais uma das dezenas de Leis com objetivo de empurrar para debaixo do tapete dívidas milionárias de clubes de futebol, quase todos oriundas de falcatruas de dirigentes.
A moleza era grande e as contrapartidas, fossem os clubes geridos por gente decente, absolutamente razoáveis.
As pendências, dependendo do clube, seriam parceladas em setecentas mil vezes, quase sem incisão de juros, com o estado bancando o que deveria, em verdade, ser descontado das finanças dos dirigentes ladrões.
Em troca, as agremiações teriam que:
- Apresentar CND (certidão negativa de débitos) para disputar campeonatos profissionais;
- Ter demonstrações contábeis auditadas;
- Pagamentos em dia;
- Limite de 70% da renda bruta nos gastos com salários do departamento profissional;
- Investimento mínimo nas categorias de base e no futebol feminino;
- Não antecipar receitas futuras e zerar deficit até 2021
Quase que legislando em causa própria, dois conselheiros do Corinthians, ambos parlamentares, Andres Sanches (PT) e Vicente Cândido (PT) – acusados de receber propinas na construção do estádio de Itaquera, aliados ao peemedebista Newton Cardoso Junior, trabalham para que seja aprovada Medida Provisória ampliando o prazo para entrega das contrapartidas, mas não os das facilidades.
Segundo a FOLHA, na última semana, o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, reuniu-se com o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB), para chorar as pitangas em favor dos infratores, jogando a culpas nos clubes pequenos, dizendo que estes não conseguem arcar com os parcelamentos, e que se a Lei for levada a cabo, impedindo a participação no Campeonato Paulista, somente nove agremiações estariam regularizadas para disputá-lo.
Omitiu, porém, que a razão principal dos problemas, em verdade, são os clubes grandes, que insistem, por conta da política de sobrevivência dos dirigentes corruptos, em manter os hábitos agora impedidos pela legislação.
O Corinthians, de Andres, por exemplo, das contrapartidas listadas, sistematicamente infringe as referentes a “Pagamentos em Dia”, “Limite de 70% para gastos”, “não antecipar receitas futuras”.
Entre as não listadas, o clube não tem ainda regulamentação, obrigatória, para a atuação do Conselho Fiscal (já foi inclusive notificado pela APFUT):
Conselho Fiscal irregular gera notificação da APFUT ao Corinthians
O Governo parece inclinado a ajudar os infratores a, novamente, empurrar com a barriga os problemas que, há décadas, avolumam-se ainda mais, sem que nenhuma solução, mesmo as ajudadas pelo PROFUT, sejam tratadas com a minima seriedade.