Revelamos, há 17 dias, que a empresa BDO/RCS, de propriedade do ex-diretor financeiro do Corinthians, Raul Corrêa da Silva, auditou as contas da JBS, tratadas pela “Operação Lava-Jato” da Polícia Federal como fraudulentas.

Ex-diretor financeiro do Corinthians auditou contas da JBS

Os números foram aprovados sem ressalvas.

Sabe-se agora, após delações e exposição de documentos, que o balanço era alicerçado em Notas Fiscais fajutas, Caixa 2, entre outros problemas.

Por conta disso, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) iniciou procedimentos administrativos para investigar o trabalho de auditoria nas contas da JBS, entre 2009 e 2016.

Destas, a BDO/RCS auditou os quatro últimos exercícios (2013, 2014, 2015 e 2016), exatamente os que estão sob suspeita de corrupção.

O pedido de investigação partiu da Superintendência da CVM, que decidiu ainda dar publicidade ao feito, fato raro nos procedimentos da Conselho que costuma tratar com discrição esse tipo de procedimento.

Ontem, o Blog do Paulinho enviou três mensagens para o wathsapp de Raul Corrêa da Silva, mas não obteve resposta.

A informação foi repercutida, também, pelo jornal Valor Econômico, a quem a BDO/RCS também se recusou a esclarecer a questão.

Não é o primeiro problema de Raul Corrêa na Justiça nos últimos tempos: enquanto diretor de finanças do Corinthians, o dirigente foi indiciado, três vezes, no STF, por crimes fiscais após indicar ao clube o caminho da sonegação de impostos.

Os contratos que assinou com a Odebrecht junto com os três últimos presidentes do Timão, Andres Sanches, Mario Gobbi e Roberto Andrade estão sendo analisados pela “Lava-Jato”, e podem gerar consequências também ao ex-financeiro alvinegro, que, no período das obras do estádio de Itaquera, fechou acordos para sua BDO/RCS  com a construtora, pelos quais, segundo informações, teria recebido R$ 5 milhões.

Recentemente, as contas de Raul Corrêa no Corinthians foram tratadas como “maquiadas”, em manifestação oficial, protocolada pelo atual diretor de finanças do clube, Emerson Piovesan, no Conselho Deliberativo.

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