(trecho da coluna de JUCA KFOURI, na FOLHA)

AINDA QUE TARDE

Mais uma vez está clara a necessidade de os clubes brasileiros dizerem basta à Libertadores. As manifestações da Conmebol sobre a guerra em Montevidéu são típicas de uma organização criminosa, sem apego à verdade, diante de duas situações em que o Palmeiras foi vítima.

A primeira quando se acusa Felipe Melo de ter provocado os jogadores do Peñarol ao levantar as mãos para o céu ao fim do jogo.

Felipe Melo adora se meter em confusões, deu uma declaração irresponsável ao chegar ao Palmeiras, joga com uma munhequeira no braço direito para fazer dela um protetor de dedos em caso de ter de esmurrar alguém, colheu o que plantou, mas, neste caso, apenas se defendeu para não ser linchado. Legítima defesa.

A segunda situação é pior.

Ao chamar para si a ordem de fechar o acesso aos vestiários, sob a infame justificativa de que quis evitar que os seguranças do Palmeiras entrassem no gramado, a Conmebol não só se torna cúmplice do Peñarol como deveria ser acusada por formação de quadrilha com o clube uruguaio, tamanho o risco a que submeteu os brasileiros impedidos de se abrigar.

Soa pueril advogados esgrimirem argumentos esportivos para defenderem o Palmeiras. A questão é criminal e os criminosos estão mais que identificados. Seguir participando de farsa tão gigantesca é apenas uma maneira de coonestá-la.

Os grandes clubes brasileiros parecem viciados em Libertadores, uma droga que, por pouco, não causou uma tragédia na capital do civilizado Uruguai.

Porque lá, como cá, existem bandidos como os que foram ao aeroporto com gritos de guerra receber Melo.

Futebol não é isso, não pode ser isso e cada vez mais está virando isso. É hora de acordar.

EXEMPLAR

A Justiça uruguaia sim, marcou um golaço ao resolver punir três jogadores do Peñarol envolvidos na batalha: Matías Mier, Nahitan Nández e Lucas Hernández estão impedidos de participar de espetáculos esportivos como torcedores e passaram a precisar de autorização prévia para realizar qualquer tipo de viagem para fora do país.

De qualquer jeito uma situação melhor que a do Marco Polo que não viaja e, portanto, sem poder ir nem sequer ao Paraguai defender os interesses do campeão brasileiro.

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