Os episódios lamentáveis ocorridos ontem, em que bandidos “organizados” invadiram o CT do São Paulo, depredaram o local, roubaram patrimônio do clube e ainda ousaram agredir jogadores são frutos de uma relação promíscua dessa gente com dirigentes tricolores.
São anos de facilitações em troca da promiscuidade.
Fossem torcedores, de fato, do São Paulo e não de suas quadrilhas (falo de dirigentes e seus grupos e também das “organizadas”) permitiriam que a situação chegasse a tal ponto ?
Que torcedor apaixonado roubaria seu próprio clube ?
Que dirigente “torcedor” permitiria a invasão ?
Sim, ela foi permitida (os cartolas foram avisados antes de que ocorreria, e, temerosos, dois dias antes acionaram a PM, numa espécie de “lavar as mãos”), apenas não imaginaram que a manifestação chegaria às vias de fato.
Porém, como esperar menos de grupos formados pela escória da sociedade ?
Colocar em risco, como fizeram, o patrimônio Tricolor e a integridade física dos jogadores para isentar-se com as “organizadas” é demonstração da falta de grandeza e covardia incompatíveis com os predicados necessários para se tornar gestor de um clube tri-campeão mundial.
Tão cara de pau foi o procedimentos dos cartolas do clube no episódio, que, não porque quiseram, mas por terem sido obrigados, cederam imagens do episódio à polícia, gabaram-se por isso em entrevista, sem, porém, identificar nominalmente um vagabundo sequer dos que vilipendiaram as instalações e a honra são-paulina.
Evidentemente, Leco e seus comandados conhecem a grande maioria dos bandidos, seja por nome ou “vulgo”, mas, por medo ou conivência (talvez o código do silêncio que norteia as ações de grupos que atuam em conjunto), omitiram-se.
Convenhamos, numa situação como esta, o presidente do São Paulo escolher proteger energúmenos em desfavor dos interesses do clube é atitude, por si, inominável.
Se dos covardes “Independentes”, “Dragões” e assemelhados não se pode esperar coisa muito melhor, do comando Tricolor, ao contrário, é necessário comportamento de estadista, de gente decente, mesmo que comprovadamente incompetentes no exercício das funções à que foram designados.
O São Paulo e seus verdadeiros torcedores não merecem coabitar o mesmo espaço daqueles que podem, em poucos meses, entrar para a história como responsáveis, cada qual com sua parcela, de momentos vergonhosos que, até então, somente os adversários haviam enfrentado.