Coluna do Fiori
FUTEBOL: POLÍTICA, ARBITRAGEM E VERDADE
Fiori é ex-árbitro da Federação Paulista de Futebol, investigador de Polícia e autor do Livro “A República do Apito” onde relata a verdade sobre os bastidores do futebol paulista e nacional.
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“A ausência da ética deixa um vácuo onde se propaga a onda da corrupção”
Antonio Gomes Lacerda
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9º Rodadas da Série A do Brasileirão – 2015
Domingo 28/06
Palmeiras 4 x 0 São Paulo
Árbitro: Anderson Daronco (FIFA-=RS)
Itens Técnico/Disciplinar
Os representantes das leis do jogo desenvolveram trabalho aceitável
Vasco 1 x 0 Flamengo
Árbitro: Heber Roberto Lopes (FIFA-SC)
Itens Técnico/Disciplinar
Sem problemas
Observação
Na condição de espectador televisivo senti pena do publico presente; ingresso super alto para execranda apresentação proporcionada integrantes das equipes litigantes
10ª Rodada da Serie A do Brasileirão – 2015
Quarta Feira 01/06
Sport 3 x 0 Internacional
Árbitro: Pericles Bassols Pegado Cortez (FIFA-RJ)
Assistente 01: Rodrigo F Henrique Correa (FIFA-RJ)
Assistente 02: Luiz Claudio Regazone (FIFA-RJ)
Itens Técnico/Disciplinar
Trabalho aceitável dos representantes das leis do jogo
5ª Feira 02/06
Corinthians 2 x 0 Ponte Preta
Árbitro: Thiago Duarte Peixoto (ASP-FIFA-SP)
Assistente 01: Alex Agi Ribeiro (SP)
Assistente 02: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP)
Itens Técnico/Disciplinar
Trabalho aceitável
Quartas de Final da Copa America -2015
Sábado 27/06
Tempo Normal
Brasil 1 x 1 Paraguai
Decisão por pênaltis
Brasil 3 x 4 Paraguai
Árbitro: Andrés Cunha (FIFA-URU)
Assistente 01: Mauricio Espinosa (FIFA-URU)
Assistente 02: Carlos Pastorino (FIFA-URU)
Item Técnico
Marcou corretamente a penalidade máxima que deu origem ao tento de empate da equipe paraguaia, cometida por Thiago Silva, assinalado por Gonzáles
Item Disciplinar
Sob controle
2ª Feira 29/06
Chile 2 x 1 Peru
Árbitro: José Argote (FIFA-VEN)
Assistente 01: Jorge Urrego (FIFA-VEN)
Assistente 02: Byron Romero (FIFA-ECU)
Item Técnico
Corroborou com o erro do assistente Byron Romero, que, em lance de sua responsabilidade, não sinalizou a posição de impedimento do atacante Eduardo Vargas, autor do primeiro gol da seleção chilena
Item Disciplinar
Meia boca
Terça Feira 30/06
Argentina 6 x 1 Paraguai
Árbitro: Sandro Meira Ricci (FIFA-BR-SC)
Assistente 01: Emerson de Carvalho (FIFA-BR-SP)
Assistente02: Fabio Pereira (FIFA-BR-TO)
Itens Técnico/Disciplinar
Nesta contenda, Sandro Meira Ricci não foi exigido; se fosse, com certeza, repetiria o trabalho desenvolvido na contenda Chile 1 x 0 Uruguai, disputado no dia 24/06, ocasião que tremeu pacas, foi peitado, aquém de se fazer de ofuscado nas vezes que seu assistente Emerson de Carvalho sofreu o diabo. Comportar que não me surpreende vez que, jamais, recebi qualquer noticia de que tenha transmitido solidariedade aos confrades de oficio de ofício, quando agredidos verbal ou fisicamente, por dirigentes ou torcedores _____________________________
Política
Quem pagará o enterro e as flores?
No momento em que escrevo, começo uma jornada pela Amazônia oriental. Entro numa área de pobre conexão, mas ao sair dela, creio, ainda estaremos no mesmo estado de crise.
O cerco contra o governo cada vez aperta mais. O esperado depoimento de Ricardo Pessoa, o homem da UTC, envolve diretamente tesoureiros e campanhas de Lula e Dilma. Em Minas, o governador Fernando Pimentel está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) com autorização do Superior Tribunal de Justiça.
Dentro da cadeia, o cerco se fecha também contra os empreiteiros. A força-tarefa de procuradores apurou apenas 25% dos casos de corrupção. A presença de grandes empresários na cadeia traz à cena alguns dos melhores escritórios de advocacia do País. Nesses casos – infelizmente, apenas nesses – o respeito aos direitos humanos é minuciosamente monitorado.
Só com os dados divulgados nem sempre é possível fazer uma análise precisa. O bilhete de Marcelo Odebrecht, por exemplo, foi tema de discussão. No bilhete, apreendido pela PF, ele manda destruir um e-mail. A defesa de Odebrecht diz que ele usou o termo destruir num sentido figurado. Queria dizer desconstruir, combater os argumentos associados a um negócio de sondas, com sobrepreço.
Só tenho meus recursos próprios para avaliar um caso desses. Pelo que conheço de cadeia, os presos, de fato, usam linguagem cifrada para evitar que a polícia descubra o conteúdo de seus bilhetes: Arnaldo, não se esqueça do remédio das crianças menores; Maria, pegue o meu guarda-chuva e empreste ao Adriano. Na cadeia, a linguagem figurada não é usada apenas para que a polícia não perceba o conteúdo, mas também para que a polícia não possa provar que você falou algo diferente do que está ali, no papel.
Prisioneiros usam metáforas para escapar do crivo policial. Marcelo Odebrecht usou para se incriminar. Inexperiência? De modo geral, um empresário como ele tentaria ser objetivo. Ele sabe que um simples bilhete de cadeia tem de ser preciso. Poderia ter escrito desconstruir, combater, no lugar de destruir.
Vamo-nos ater aos verbos construir e desconstruir. A desconstrução de um argumento, de modo geral, é um processo longo e diversificado. Neste caso, não haveria tanta urgência: era tema para tratar nas conversas regulares com os advogados. O verbo destruir implica uma certa pressa e cabe precisamente num bilhete, num comunicado que não possa esperar visitas legais e regulares de seus defensores. Os advogados de Odebrecht afirmam que não mandaria destruir o e-mail sobre compra de sondas porque já era conhecido da polícia. Argumento forte: de que adianta destruir algo que a polícia já conhece e utiliza? Mas não era só um e-mail, vários foram escritos pelo mesmo diretor. Agora a Braskem já entregou todos os e-mails e a operação foi auditada por uma firma independente.
Novas batalhas estão em curso. Uma delas é sobre o sentido da palavra sobrepreço. Nós a entendemos como superfaturamento. Eles dizem que é um termo comum no mercado, com sentido diferente.
A liberdade de Marcelo Odebrecht depende de uma profunda simpatia da Justiça por seus argumentos. Para conceder habeas corpus será preciso deixar de lado o que está escrito e acreditar só no que ele queria dizer.
Um jornalista que escreve que o governo afundou na corrupção, diante dos juízes não pode alegar que o governo apenas tropeçou ou resvalou na corrupção. Afundou mesmo.
Teremos um longo período de governo sitiado. As peripécias jurídico-policiais serão emocionantes, mas inibem um pouco a discussão sobre alternativas. Tanto a PF quanto o Ministério Público (MP) já devem ter ideia do extenso trabalho que têm pela frente. A usina de Belo Monte, por exemplo, não tinha entrado na história da corrupção. Agora já entrou. Os estádios construídos pelas empreiteiras para a Copa do Mundo também passam por dificuldades e a história de sua construção ainda não é de todo conhecida.
Os empreiteiros estão ressentidos com o governo porque não impediu a ação da PF e do MP. Mas como, se o governo está cercado e se comporta como num avião em queda: primeiro ajusta a máscara de oxigênio em si próprio, depois vai pensar em cuidar do outro.
Lula não poderá dizer que ignora o que se passou na Petrobrás ou não conhece nem trabalhou com a Odebrecht. Dilma, por sua vez, já se complicou com as pedaladas no Orçamento e dificilmente conseguirá explicar-se. Além disso, com as declarações de Pessoa, terá de explicar, juntamente com seu ministro Edinho Silva, onde foram parar os R$ 7,5 milhões da UTC injetados no caixa 2 de sua campanha. Tudo isso já era esperado. Ricardo Pessoa fez várias referências na cadeia, indicando o rumo de sua delação premiada. Com tantos escândalos, quase esquecemos dessa variável. No fim de semana, ela apareceu com toda a força.
As complicações de Fernando Pimentel também eram pressentidas, desde 2014, quando o empresário Bené foi preso com dinheiro no avião. A sensação que tivemos no momento eleitoral foi de abafa. Mas também aí o fio foi sendo puxado. O caso implica a mulher de Pimentel. Jornalista, ela recebeu de outro jornalista, Mario Rosa, mais de R$ 2 milhões por seu trabalho. Deve ser extremamente talentosa. Um jornalista mediano rala dez anos para chegar a essa soma, e muitos não chegam lá.
Estamos assistindo a cenas finais dessa luta da Justiça contra o partido político que domina o País ao lado de seu parceiro, o PMDB. Não me parece tão produtivo falar mal de um governo e um partido cercados pela polícia.
Dilma faz saudações à mandioca, como se o ridículo fosse o mais leve fardo que pudesse carregar. Lula esbraveja contra o PT, como se fosse um observador de outro planeta. Vai chegar o momento de discutir o País e alternativas diante da crise. Está demorando. O minuto de silêncio pelo funeral do PT se estende além da conta. Já sabemos quem pagará o enterro e as flores. Arruinado, o Brasil precisa recomeçar.
Autoria do jornalista, escritor e político: Fernando Gabeira
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Finalizando
“Num país onde os representantes do povo são corruptos, desviar os jovens do mau caminho é tarefa árdua”.
Sandra Regina Lamego
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Chega de Mentiras, de Corruptos e Corruptores
Se liga São Paulo
Acorda Brasil
SP-04/07/2015
*Não serão liberados comentários na Coluna do Fiori devido a ataques gratuitos e pessoais de gente que se sente incomodada com as verdades colocadas pelo colunista, e sequer possuem coragem de se identificar, embora saibamos bem a quais grupos representam.


