Publicamos, na última semana, documentos que comprovam a aproximação do IBOPE com o Governo, iniciada logo após o escândalo do Mensalão – período em que o PT, desesperadamente, buscava reverter a desaprovação popular – culminando no recebimento de R$ 8,5 milhões (R$ 5,8 milhões somente no último ano), autorizado pelo Gabinete da Presidente Dilma Rousseff.
Observando as pesquisas realizadas pelo órgão, um dia antes dos últimos pleitos, chegamos a resultados absolutamente suspeitos, todos, de alguma maneira, favoráveis aos desejos do PT e de seus aliados.
Em 2010, por exemplo, a diferença apontada entre Dilma Rousseff e José Serra, antes da eleição de primeiro turno, era de 21 pontos percentuais a favor da presidente.
Nas urnas, o resultado oficial foi de 14%.
Ou seja, o IBOPE errou por 7 pontos, muito mais do que os 2 pontos previstos na margem de erro.
Mas os “equívocos” não se deram apenas no pleito majoritário, ocorreram, também, nas eleições Estaduais, das quais selecionamos alguns exemplos mais significativos:
Em São Paulo, o IBOPE apontava possibilidade de segundo turno, com Alckmin 12% à frente do petista Mercadante.
No final, o peessedebista elegeu-se no primeiro turno, 15% distante do adversário.
Em Minas Gerais, então, o “erro” foi escandaloso: pelo IBOPE, Anastasia (PSDB) estava a frente de Hélio Costa (PMDB) por 17 pontos, enquanto, na apuração oficial, venceu com distância de 28%, ou seja, 11% de “margem de erro”.
Difícil acreditar apenas em incompetência.
No DF, Agnelo Queiroz venceria a eleição no primeiro turno, segundo o IBOPE, com 22 % de vantagem, porém o pleito seguiu para o segundo turno, com a diferença real de 17%.
Os equívocos, que já eram suspeitos em 2010, acentuaram-se, ainda mais, quatro anos depois.
Na eleição presidencial de 2014, recém realizada no primeiro turno, o IBOPE cravou Dilma Rousseff (PT) com 44 pontos, contra 26% de Aécio Neves (PSDB), diferença de 18 pontos.
Apenas um dia depois, as urnas revelaram o resultado oficial de 41% contra 33%.
Um “erro” de 10% na avaliação.
Em São Paulo, o último levantamento do IBOPE cravou Alckmin com 52%, enquanto os candidatos alinhados com o Planalto, Skaf e Padilha, teriam 22 e 20%, respectivamente, ou seja, 42% somados.
Após a apuração, Alckmin recebeu 57%, enquanto a soma de Skaf e Padilha atingiu 39%.
O IBOPE “errou”, portanto, em 8%.
Mais uma vez em Minas Gerais, apesar de acertar a vitória do petista Fernando Pimentel, o percentual sugerido – e que, evidentemente, influenciou na decisão popular – era uma vantagem de 20% sobre o segundo colocado, Pimenta da Veiga (PSDB).
O resultado final apontou 11%.
Inacreditáveis, suspeitas, até, foram as discrepâncias do índice IBOPE para Governo e Senado no Rio Grande do Sul.
O Instituto cravou vitória de Olívio Dutra (PT), com 37%, perante Lasier Martins (PDT, que teria apenas 31%, quando, na verdade, quem se elegeu foi o pedetista, com 37% a 35%.
Oito por cento de diferença, com troca de Senador e partido eleitos.
Um escândalo !
Não menor do que ocorreu na eleição de Governador, em que o terceiro colocado, Sartori, que, na boca de urna tinha 29%, seis atrás do petista Tarso Genro, terminou na primeira colocação, oito pontos à frente do candidato alinhado com o Planalto.
Estes são apenas alguns exemplos, entre centenas, se analisadas também as eleições municipais, de avaliações do IBOPE desconexas com a realidade das urnas, quase sempre com índices que beneficiaram, de alguma maneira, o Governo que liberou R$ 8,5 milhões aos cofres do Instituto, ação inédita antes das iniciativas do presidente Lula, no período do Mensalão.