Mello Palmeiras 1

“Outro dia, um publicitário durante filmagem para um produto alimentício infantil, fez um teste e pediu para que levantasse a mão quem fosse torcedor do Palmeiras. Nenhum menino o fez.

É que meninos só torcem por um time vencedor…”

ROBERTO AVALLONE

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Ontem, cem torcedores do Palmeiras protestaram em frente a casa do presidente Paulo Nobre, temerosos pela possibilidade do terceiro rebaixamento do clube num período de apenas 14 anos.

Um vexame fácil de explicar.

Nesse período, quando não gerido por ladrões, o clube esteve nas mãos de incompetentes, incapazes, por exemplo, de entender que somente com investimento nas categorias de base poderiam, sem recursos, montar uma equipe minimamente razoável.

Mas não, prefeririam gastar fortunas, sem retorno, com medíocres, como Valdivia, que a imprensa alçou a condição de craque, ou dar carta branca a Brunoros da vida, gente que sobrevive de negócios nebulosos no futebol, pouco se importando se o clube vai ou não ser prejudicado.

Nos últimos anos, os empresários ganharam como nunca no Palmeiras, e, por consequência, o bolso de dirigentes também engordou.

Sem conquistas, dinheiro, times que empolgassem e vítima de um negócio terrível com uma construtora picareta, os velhos torcedores, aos poucos, mantiveram o amor, mas sem a mesma paixão, como ocorre nos casamentos que se desgastam quando uma parte não corresponde mais a outra.

Os novos, pressionados pela falta de conquistas, se escondem para não sofrer com as piadas dos rivais, excetuando-se os ‘organizados”, que, além de não ajudar o clube em absolutamente nada, ainda tratam de usa-lo para política e outras barbaridades.

Em caindo pela terceira vez à segunda divisão do Brasileirão, não seria exagero algum temer pela continuidade histórica do Palmeiras como clube grande de São Paulo, assegurada, ainda, pelas glórias, muitas, do passado.

De que adiantará, por exemplo, um novo estádio sem que torcedores tenham motivação para frequentá-lo ?

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