O Corinthians, depois de muita pressão interna pela verdade, dois dias após o Blog do Paulinho escancarar as mentiras, omissões e contradições da estranha transação do jogador Edenilson, decidiu responder, do jeito que dava, os questionamentos.
Porém, a Nota Oficial, publicada no site do clube, beira o “nonsense”, complicando, ainda mais, até judicialmente, a vida de quase todos os citados na manifestação.
Ao lê-la, chegamos a algumas dúvidas e conclusões:
– Antes da matéria com a publicação de documento oficial entre FIFA e CBF, em momento algum os dirigentes do Corinthians sequer insinuaram o nome do Granada, e, tudo indica, não o fariam;
– Como um clube que já tem dois jogadores extra comunitários, num campeonato que começou em Agosto de 2013, iria “comprar” um estrangeiro, mesmo já sabendo que ele não poderia jogar ? Pagando ainda 3,5 milhões de Euros. Desorganização da Udinese ? Pouco provável…
– Criou-se um novo procedimento, à margem da Lei, em que, no TMS da FIFA, documento em que obrigatoriamente devem constar todos os procedimentos contratuais e financeiros, o contrato é assinado por um clube, mas o pagamento (ainda não discriminado) por outro;
– Aliás, o Corinthians poderia, se não publicamente, mas a seus conselheiros, apresentar o TMS entre clubes, esclarecendo a questão;
– A “casa de caridade” Corinthians, preocupada com o comprador, que o clube deixa a entender, incompetente, “decidiu” que não poderia deixar a Udinese (ou seria o Granada ?) pagar cinco meses de salários do jogador sem que estivesse atuando. Trouxe-o de volta, mesmo após ter suprido sua ausência com outra contratação, anunciou aumento de salário para R$ 200 mil, e, generosamente, amenizará o “prejuízo” dos investidores, às custas alvinegras;
– Quem redigiu a Nota Oficial, tudo indica, às pressas, não sabe que o nome do atleta citado como comunitário na Udinese é Yebda, não Yepba;
– O fato do proprietário do Udinese ser o mesmo do Granada não significa, evidentemente, que os caixas e registros de jogadores sejam compartilhados. A FIFA exige saber a origem de recursos. Como explicar, baseando na informação do Corinthians, no TMS da FIFA, que o jogador pertence a um clube, mas o dinheiro vem de outro, noutro país ?
– Não se explicou, na Nota, as razões pela qual, até o momento, nenhuma menção a Edenilson existir no site oficial do Granada, nem da Udinese;
– Como a Udinese explicará à Federação Italiana que está pagando por um jogador sem que este valor tenha sido inserido, como manda a Lei, no TMS da FIFA ? À margem desse procedimento, o dinheiro é considerado “pago por fora”;
– Sem a documentação a que nos referimos acima, os valores não podem sair da contabilidade da Udinese, que, obrigatoriamente, tem que prestar contas à Federação Italiana, Qual será, então, a origem do dinheiro. Quem pagará ?
– O Corinthians diz que receberá os 3,5 milhões e depois repassará os valores devidos aos intermediários… o leitor do Blog do Paulinho, bem informado, sabe quem são… o clube, aparentemente, não pode informar.