basquete

Por ALBERTO MURRAY NETO

O vitorioso basquete do Brasil está envergonhado. Dono de medalhas olímpicas, títulos mundiais e tantas outras conquistas memoráveis, nosso time de basquete masculino somente estará no próximo campeonato mundial porque trabalhou politicamente junto à FIBA para ser “convidado” para uma festa cuja consumação mínima custará mais do que um milhão de Francos Suíços. Ou seja, além de entrar pela porta dos fundos, a CBB ainda terá que desembolsar uma enormidade de dinheiro público, já que é totalmente subsidiada por patrocinadores estatais.

Desde 1.996, coincidentemente quando começou a era Nuzman, o basquete brasileiro vem despencando ladeira abaixo, ainda que financiado com muito dinheiro público. Nosso basquete, que sempre esteve entre as quatro, ou cinco, pontências mundiais passou a ser considerada internacionalmente um time de quinto escalão. A participação nos Jogos Olímpicos de Londres, após anos de ausência, não foi ruim. Mas apenas e tão somente porque naquele certame estiveram presentes jogadores que atuam na NBA e na Europa, cuja formação e preparação não têm qualquer influência da CBB. Sem esses jogadores, o selecionado brasileiro de basquete é horroroso e está fadado a sucessivos fracassos.

Ora, se para ser competitivo o basquete precisa de seu exército de estrangeiros, para que serviu a montanha de verba pública que as estatais injetaram na modalidade até hoje? Será que não deveria o governo investigar o que há de errado e rever os conceitos? A questão é que não adianta dar dinheiro a gente incompetente, sem projeto. O campeonato nacional de basquete apenas continua atraente porque os clubes fizeram a liga independente e desgarraram-se da Confederação. Senão certamente teríamos um nacional modorrento, com a cara da cartolagem do Brasil.

Acho que a CBB não deveria ter aceito o “convite” que, sabemos, de “convite” mesmo não tem nada. Tratam-se de manobras políticas de bastidores e de pagamento de dinheiro. O dinheiro que a CBB gastará para participar desse mundial não trará nenhum benefício para o basquete do Brasil. Deveria ser utilizado para estruturar as categorias de base, cujos campeonatos também são combalidos. Deveria servir para ajudar a massificar esse esporte.

Quanto à seleção principal, o ponto chave é muito simples. Ou os “estrangeiros” jogam de modo a termos alguma chance, ou nosso basquete vai continuar tomando pau atrás de pau, enquanto as estruturas seguirem sendo como hoje em dia.

E atenção, porque o basquete feminino, que teve um período de apogeu, hoje, está em situação bem pior que o masculino.

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