Certamente não é de interesse da Odebrecht paralisar as obras do “Fielzão”, até porque, pela Lei de cessão dos CIDs da Prefeitura, somente um mês após a realização da primeira partida da Copa do Mundo de 2014, em Itaquera, é que os valores, quase R$ 400 milhões, poderão ser sacados.
Mas, até pela falta de previsão de quando, ou se um dia ainda irá receber pelo trabalho, a construtora tem procurado fornecedores mais baratos, o que, nem sempre, significa padrão de qualidade.
O caso do entulho palmeirense utilizado na construção é prova inequívoca dessa ação.
Até o momento, o Corinthians não exerceu seu direito de analisar, tecnicamente, se toda a construção realizada está a contento, e, por enquanto, tem aceitado os relatórios fornecidos pela construtora, sem contestação.
Porém, daqui por diante, mesmo se quisesse fazê-lo, não mais poderia.
Tudo por ocasião da festa de aniversário do clube, com show em palco armado no gramado da cantora Ivete Sangalo, realizada nas dependências de um “Fielzão” ainda inconcluído, sem alvará, com a presença de 3 mil pessoas.
Diz o artigo 18.1.1, do Contrato entre a Odebrecht e o Corinthians, em sua cláusula decima oitava:
“(…) a utilização do estádio para jogos ou eventos abertos ao público em geral será interpretada como emissão tácita e automática do correspondente CAP.”
Ou seja, mesmo sem verificação prévia, o clube aceitou tudo o que foi entregue até o momento, e, mesmo se houver problemas constatados a posteriori, não terá mais direito de reclamar.
O referido “CAP” é o CERTIFICADO DE ACEITAÇÃO PROVISÓRIA, que diz, em seu texto “que o clube aceita que as obras foram substancialmente concluídas de acordo com o Contrato, cumprindo as exigências da FIFA para a abertura.”
Vale lembrar que, além do acabamento, falta ainda a instalação das arquibancadas provisórias, a custo, segundo dizem, próximo dos R$ 40 milhões, sem a definição exata, ainda, de quem arcará com as colocações.