É quase unânime a opinião de quem visitou as obras do “Fielzão” de que o estádio é uma maravilha, moderno, em alguns casos até luxuoso.

O metrô na porta, sem pontos cegos, fala-se em contribuição para o desenvolvimento da carente região, tecnologia de primeiro mundo, entre outras facilidades.

Porém, nem tudo nessa história pode ser tratado como conto de fadas.

Não há explicação, por exemplo, para o episódio, inédito em todo o mundo capitalista, de uma construtora gastar R$ 1 bilhão do próprio bolso, ou sabe-se lá de que origem, para construir uma obra que beneficia uma instituição privada.

O discurso da diretoria do Corinthians sobre a engenharia financeira para quitar as pendências do estádio, também não funcionou.

Não venderam “naming rights”, que diziam ter filas de investidores, não conseguiram empréstimo do BNDES, os CIDs não podem ser utilizados até a inauguração da Copa e, agora, por consequência disso, fala-se até em venda de camarotes, ideia antes abominada pela atual gestão.

A impressão que fica é de que o clube procura uma solução contábil para, um dia, comprovar o pagamento à construtora, mesmo que, na realidade, a quitação da pendência possa ser apenas obra de ficção.

Sem falar nos acordos subterrâneos, e que ninguém sabe ao certo como funcionam, com diversos fundos criados com empresas que possuem até bloqueio judicial de seus bens.

Em alguns deles cedendo, temerariamente, parte do patrimônio alvinegro.

O “Fielzão” é realmente um estádio espetacular, em que foram utilizados os melhores recursos tecnológicos do momento.

Porém, muito difícil de ser explicado financeiramente.

Tanto por quem já colocou dinheiro na frente, mesmo sem garantias concretas de recebimento, quanto por quem terá, um dia, que, teoricamente, devolver o dinheiro das despesas.

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