Noticiamos, ontem, que o Corinthians cederá o Parque São Jorge como garantia à CAIXA para tentar conseguir o empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES e finalizar as obras do “Fielzão”.
Atitude essa que contraria discurso efetuado pelo então presidente Andres Sanches, endossado por seu vice, Luis Paulo Rosenberg, em reunião do Conselho Deliberativo do clube, no dia 16 de setembro de 2010, quando da apresentação do projeto do estádio.
“O que não podemos fazer é dar esse terreno como garantia num empréstimo. Acredito que nós devemos até proibir isso constando no Estatuto. O Estádio será uma coisa intocável e dele pegaremos as receitas à benefício da entidade.”
Sabemos também que todas as dívidas da ODEBRECHT na construção do estádio terão que ser ressarcidas pelo Corinthians, conforme contrato entre as partes.
Bem diferente do que disse Sanches, nessa mesma reunião:
“O Corinthians não vai gastar dinheiro nenhum e não vai assumir dívida”
A venda de “naming rights” era tratada como certa, e o discurso de que seria a “única” concessão feita pelo clube à construtora:
“A única coisa que demos em troca, que a Odebrecht aceitou e foi bem negociado é que ela tem a opção pelo “naming rights””
Ou seja, o Corinthians, no desespero, está trocando o Parque São Jorge pelo estádio, que poderá ser executado, se a garantia for aceita, dentro de 30 anos, em caso do clube não arcar com as pendências assumidas.
Porém, para que o negócio seja fechado, o Timão terá antes que repassar seu patrimônio a ARENA FUNDO DE INVESTIMENTOS, que é a responsável pelas obras do estádio, e o destino real do possível dinheiro do BNDES.
Se seguir seu próprio Estatuto, o Corinthians terá que pedir aprovação do CORI, depois do Conselho Deliberativo e, por fim, da Assembleia Geral de associados para colocar a penhora um bem de valor tão elevado.
Existem ainda, portanto, remotas chances de impedir os atuais dirigentes de colocarem em risco não apenas um patrimônio, mas parte da história alvinegra.
Ocasião em que o Conselho Deliberativo e o CORI tem por obrigação questionarem o ex-presidente do clube, Andres Sanches, e o atual vice, Luis Paulo Rosenberg, sobre as mentiras registradas na ATA da reunião realizada em 2010.