Ontem, boa parte da imprensa divulgou imagens dos “12 apóstolos”, que se dizem corinthianos, jogando futebol na cadeia com a camisa “Kevin, eternamente em nossos corações”.
Deu nojo, de tão falso.
Na sequência, em entrevista coletiva, o delegado Mario Gobbi, presidente do Corinthians, descumpriu promessa de não utilizar o clube para livrar a cara da “organizada” no referido episódio, e, aos berros, ultrapassou todos os limites do ridículo:
“Quero saber dos 12 presos. Quem é o culpado pela morte de Kevin? Como é que você vai manter alguém preso sem prova, isso é uma coisa de louco. A nojeira é muito grande. Se eu ficar omisso em um momento desses, eu estaria jogando pela janela tudo o que meu pai me ensinou. Antes de corintianos, tem brasileiros lá. E inocentes, até que se prove o contrário. Eu não durmo de saber dessa brutalidade, que é maior que a morte do Kevin. Querem pagar a morte dele com essa brutalidade, torturando, sequestrando, mantendo presos”, disse o delegado.
Omitiu, porém, que a prisão preventiva é prevista pela lei boliviana, local em que o crime foi cometido, a fim de evitar que os investigados possam fugir do país.
Tratar o cumprimento exemplar da lei pelos bolivianos como sequestro é uma declaração indigna de alguém que exerce uma função policial, embora, segundo registros da corregedoria, nem todos os procedimentos de Gobbi como delegado tenham sido pautados pela dignidade.
Com relação a provas, mente novamente ao omitir que dois dos detidos passaram por laudo que constatou pólvora em suas mãos, que uma sacola com sinalizadores em números sequencias ao utilizado no crime foram apreendidos, e que os detidos estavam no perímetro do crime, sendo absolutamente improvável que não saibam nada sobre o ocorrido.
Mais hilário ainda é quando diz: “Se eu ficar omisso em um momento desses, eu estaria jogando pela janela tudo o que meu pai me ensinou”.
Não consta que o pai do delegado Gobbi tenha lhe ensinado a dividir a mesa de reuniões com bicheiros, nem a colocar bingueiros no departamento de futebol, entre outros criminosos que atuam no Parque São Jorge.
Mais omissão do que isso, impossível.
Para finalizar, no mesmo instante que a triste entrevista coletiva se encerrava, marginais da facção criminosa Gaviões da Fiel, do mesmo grupo dos “apóstolos” defendidos por Gobbi, atacavam um ônibus que nada tinha a ver com torcedores, na avenida Morumbi.
Os feridos tiveram que ser atendidos no Shopping Morumbi, entre eles uma garota que publicou as fotos abaixo em seu twitter.