Do blog do JUCA
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Deu no ‘EXTRA’, de domingo. (Pró-memória)
Nó tático fora de campo
Professores faltosos, descumprimento de cláusulas e prejuízo levam franqueados do IWL à Justiça
Por GUTO SEABRA
Estabelecimento de ensino à distância via satélite e internet, o Instituto Wanderley Luxemburgo (com W e Y mesmo), convive com problemas nada virtuais: um ano e meio depois do lançamento, o IWL tem 57% das unidades fechadas, convive com troca de acusações por quebras de contrato e gritos de prejuízos que já ecoam nos fóruns de Justiça.
No lançamento, tanto Vanderlei Luxemburgo quanto executivos do IWL afirmavam que o instituto saía do forno com 42 franqueados. Este ano, já eram 29 que, agora, são 12 em atividade pelo Brasil. No Rio, apenas a filial da Barra da Tijuca, que pertence ao jogador Petkovic, está aberta. Mas que, por ora, não aceita matrículas dos alunos oriundos da unidade da Graça Aranha, fechada no dia 1º de julho. A Universidade Castelo Branco, que consta no site do IWL como franqueada, além de ser certificadora do curso, sequer tem informação a respeito das unidades de Realengo e do Recreio.
— A Castelo tem história e não vai fazer experiência com o IWL para desenvolver um polo. Estamos negociando detalhes — alega o diretor executivo do IWL, Pedro Pires, no cargo desde outubro de 2008.
Detentora de seis franquias no Brasil e mais duas nos Estados Unidos, a CPED (Companhia Pan-Americana de Educação à Distância) encabeça a lista de rompimento. O advogado Hélcio Kroenberg questiona o projeto pedagógico, a falta de relação com as unidades, o desrespeito à carta de oferta, a falha no sistema de transmissão via satélite, as trocas constantes — e não agendadas — de professores e até as quantias não repassadas da sede às filiais. Na soma, o que o faz ingressar na Justiça, um investimento que ele estima em R$4 milhões pelo ralo.
— O IWL não se consolidou do jeito que foi formatado. Professores sem comprometimento, faltavam muito; o sistema via satélite passou a ser internet… O meu prejuízo é de R$4 milhões — diz Kroenberg, referindo-se ao preço da franquia (R$50 mil) e mais custos para se enquadrar nos padrões de exigência do IWL.
A insatisfação incide também sobre a parceria do IWL com o Sistema Educacional Eadcon, que, de acordo com acusações, transmitirá as aulas por um preço inferior. Os franqueados afirmam que se caracteriza a quebra de contrato já que uma das cláusulas diz que “o franqueador não poderá durante o prazo de vigência do contrato, outorgar outra franquia para a mesma base territorial, mediante prévia e expressa autorização do franqueado”.
— Eu nem aceitei matrículas para 2009. Estou fechando — lamenta Jairo Gomes, dono das unidades de Goiânia e Brasília.
Nos cálculos do IWL, 15 unidades estão abertas, já que contabilizam duas que ainda serão inauguradas e uma outra, Londrina, que dá a dimensão da baixa procura.
— Tem curso, mas não tem quórum — afirma a atendente por telefone.
A filial de Araçatuba, no interior de São Paulo, e duas unidades de Miami nem emplacaram 2009.
IWL põe culpa nos franqueados
A queda do número de franqueados, assim como de alunos — 1.056 para 900 —, remete imediatamente à frustração do negócio. Mas o diretor executivo do IWL, Pedro Pires, debita a debandada às pressas das unidades em obter lucro num mercado de ensino à distância.
— Diria que os franqueados não se esforçaram para levar o negócio adiante. Não existe negócio que se retira o investimento em seis meses — rebate Pires, acrescentando que jamais tiveram 42 unidades ao contrário do que era dito no lançamento do IWL.
O executivo defende o IWL. Diz que seu telefone sempre esteve ligado para estreitar relações com os franqueados, não ter havido rompimento de contrato pelo instituto, que pedirá indenização para reparar dano à imagem e admite problemas iniciais no sinal via satélite até trocar o sistema — NS 7 pelo NS 6.
— Pleitear é um direito de todos. Conquistar é para poucos — diz, emendando: — Tivemos problemas até a troca da fornecedora.
Reclamação mais polêmica dos franqueados, a parceria com o Sistema Educacional Eadcom, instituição de ensino à distância, não é vetada por contrato, de acordo com Pedro Pires. Ele explica que a Eadcom fornecerá serviço abaixo do preço, acessível à uma camada mais baixa da sociedade, e por cursos limitados.
— O escopo é diferente.
Além disso, Pedro Pires contesta acusação de que o IWL reteve verbas dos franqueados.
— É o inverso. Eles falaram que receberam cheques pré-datados dos alunos quando é proibido? Não vou lavar roupa suja em público. Não recebemos da maioria das unidades fechadas.
No fim, Pedro garante que Vanderlei Luxemburgo está ciente de todos os passos.
— Ele está a par. A responsabilidade dele é figurativa. Tem contrato de cessão de imagem.
Parceiras deixam o projeto
Assim como a baixa frequência de Vanderlei Luxemburgo e outros renomados, as trocas de professores incomodaram alunos e geraram informações de que o IWL não estaria pagando os valores acordados. A psicóloga Suzy Fleury foi uma das primeiras a abandonar o barco. Regina Brandão, a substituta, também saiu, assim como a ex-jogadora de basquete Hortência.
— Não tinha como manter o compromisso por causa de outros trabalhos — alegou Suzy Fleury.
No meio do tiroteio, alunos que ficaram sem teto admitem ingressar na Justiça contra o franqueado e o franqueador. Como a maioria trabalha com futebol e teme represálias futuras, que possam comprometer a carreira, eles aceitaram falar sob a condição do anonimato:
— Entendemos que o contrato é bilateral. Romperam. O advogado vai decidir quem responderá por isso ou os dois.
Os alunos que têm computador com conexão em banda larga poderão acompanhar as aulas.
O Luxa deveria parar com o papel de treinador de futebol e assumir de vez a tarefa de empresário de jogadores de futebol.
O treinador da CPI envolvido em mais uma falcatrua