O Ministro Joaquim Barbosa, que durante a semana teve atitude admirável ao dizer tudo o que pensamos sobre Gilmar Mendes, em rede nacional, não é o “santo” que a imprensa e alguns setores políticos querem fabricar.

Seu desempenho no STF tem sido o mais fraco entre todos os Ministros.

É de longe o que menos trabalha.

Tem 17.207 processos parados em sua mesa.

Seus colegas de STF têm, em média, pouco mais de 5 mil.

Dois destes processos levantam suspeita sobre a conduta de Joaquim Barbosa.

O mais famoso deles é o do Mensalão.

Vale lembrar que o Ministro chegou ao STF pelas mãos de Lula.

Outro caso, com evidências enormes de favorecimento ao Governo, é o da Tribuna da Imprensa.

Publicação histórica, fundada por Carlos Lacerda, durante anos combateu os desmandos da ditadura brasileira.

A Tribuna move um processo de indenização contra o Governo, causa ganha em todas as instancias, mas que está parada na mesa de Joaquim Barbosa, esperando julgamento, há três anos.

O jornal tem R$ 10 milhões para receber do Governo, de indenização, pelas várias vezes em que teve sua liberdade afrontada, pelos diversos representantes das Ditaduras brasileiras.

Desde o início de dezembro, o jornal está fora de circulação, afundado em dívidas.

Hélio Fernandes, proprietário da publicação, classifica como “morosa, tendenciosa, descuidada, displicente, verdadeiramente injusta e ausente”, a participação de Joaquim Barbosa no julgamento do caso.

Em represália a está declaração, uma das últimas do jornal, o Ministro Joaquim Barbosa declarou-se suspeito para julgar o caso.

Três anos parado em sua mesa, sem motivo para tal, com sucessivas derrotas do Governo nas mais diversas instancias, levantaram ainda mais suspeitas sobra a atitude.

Por conseqüência o processo teve que ser redistribuído.

O jornal, neste período, parou de funcionar, com R$ 10 milhões a receber, mas sem um tostão no bolso para arcar com suas responsabilidades.

O Ministro Celso de Mello, duramente criticado pelo blog, em outra oportunidade, ficou com a incumbência de deliberar sobre o caso.

E o fez em pouco mais de 30 dias.

Ratificando as decisões judiciais anteriores.

Demonstrando ainda mais a falta de correção de Joaquim Barbosa ao tratar do caso.

Três anos de “estranha” morosidade foram resolvidos em 30 dias de trabalho, no mínimo, melhor qualificado.

Por este motivo temos que ter muito cuidado ao analisar o caso entre Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes.

Temos que exaltar o gesto, sem dúvida, magnífico, de Joaquim, mas não podemos cair no erro de considerá-lo um homem acima de qualquer suspeita.

Está bem longe disso.

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