Por Vitor Birner

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Eu não carrego a bandeira.

Mas não faço.

Nada contra.

Tem hora que a publicidade é genial.

Noutras, nem tanto.

Como o jornalismo, a medicina, o direito…

A questão é simples.

Na prática, quando alguém é escolhido para anunciar um produto, aluga a própria imagem.

O artista pode. O empresário também. O mesmo vale para os bancários, garçons, atletas profissionais, etc…

Jornalista não!

Vivemos de falar e escrever informações.

Credibilidade é indispensável e conquistá-la demora anos, as vezes décadas.

Por favor, me responda: como acreditar em quem recebe dinheiro de alguma empresa para falar de produtos dela?

Esse indivíduo prioriza, naquele instante, a informação?  Ele a checa?

Anúncios de pregos, geladeiras e carros estão na pauta jornalística?

Creme de barbear e pasta de dente devem ter utilidade além de cuidar da cara dos garotos-propaganda?

Quem ”leva algum” para citar em meio ao espaço do jornalismo, por exemplo itens negociados por empresas privadas, pode também ganhar “um troco” para ajudar a vender os produtos?

Lembro que o jornalismo mais difícil e nobre de se praticar é o investigativo.

Quem garante que a empresa contratante, a que escolheu esse tipo de merchandising e o jornalista, não tem caixa dois, não passa notas frias, nem tem dono em cana ou acusado de falir de maneira fraudulenta o próprio negócio para ficar rico e deixar os trabalhadores e clientes na mão?

A sorte dos aproveitadores é o azar do Brasil.

A falta de informação básica do povo impede o desenvolvimento do senso crítico.

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