Flamengo encaminha contratação de agressor contumaz de mulheres

Em meio à fumaça do Mundial de Clubes, o Flamengo encaminhou a contratação de Sebastián Villa por US$ 8,5 milhões, jogador afastado do Boca Juniors após condenação criminal por violência de gênero.
Em abril de 2020, Villa foi acusado por sua então namorada, Daniela Cortés, de agressões físicas e tortura psicológica durante o relacionamento.
Fotos e vídeos foram divulgados nas redes sociais.
Em 2 de junho de 2023, o atleta foi condenado pela Justiça argentina a dois anos e um mês de prisão.
Como a pena foi inferior a três anos, não houve encarceramento, mas foram impostas diversas medidas restritivas, entre elas tratamento psicológico, proibição de contato com a vítima e outras obrigações legais.
Outro caso
Entre 2021 e 2022, enquanto ainda aguardava julgamento no processo que resultou em condenação, Villa voltou a ser acusado — desta vez por abuso sexual, violência de gênero e tentativa de homicídio contra outra mulher.
A promotoria chegou a peticionar a prisão preventiva, mas o pedido foi negado pela Justiça.
Em 2025, o caso acabou arquivado após a vítima decidir, estranhamente, retirar as acusações.
O Flamengo precisa?
Ao justificar o investimento em Sebastián Villa, o Flamengo alegou tratar-se de uma “oportunidade de mercado”.
Não há o que justifique.
Um clube com o apelo popular do rubronegro não pode servir de vitrine para um agressor de mulher condenado, que se livrou de acusações ainda mais graves em circunstâncias, no mínimo, questionáveis.
O bolsonarismo — que historicamente minimiza o combate à violência de gênero — pode até ser lema de parte da diretoria flamenguista, mas não representa a imensa maioria de sua torcida, que precisa reagir e impedir essa afronta à história do clube.
