Corinthians, Intervenção Judicial, Reforma do Estatuto e RCE

Ontem, três notícias movimentaram os bastidores do Corinthians: o pedido de intervenção judicial formulado pelo MP-SP, a orientação do CORI contrária à Reforma Estatutária nos termos propostos pelo Anteprojeto e a negativa da Justiça à proposta alvinegra de quitação das dívidas do clube.

Vamos por partes.


Intervenção judicial

Diante das opções vigentes, a péssima alternativa da intervenção judicial é, paradoxalmente, a melhor para o clube neste momento.

O Corinthians é, irremediavelmente — dentro do atual sistema — um clube comandado por cafajestes.

Desde os que roubam explicitamente até aqueles que, pelo poder, permitem-se associar a notórios malfeitores.

Na diretoria atual há um presidente fantoche, controlado por Paulo Garcia, dono da KALUNGA — espécie de “Kassab de Parque São Jorge”: não tem voto, mas exerce poder.

A diferença é que o político citado trabalha com dinheiro dos outros; Garcia, com o dele – e do irmão.

Câncer que há anos suga a vitalidade do Corinthians.

Parasitário nas gestões Renovação e Transparência, Augusto Melo e Osmar Stabile.

Diante da impossibilidade de alternativas fora desse ciclo vicioso assumirem o poder mediante eleições justas — sem compra de votos — não resta solução que não seja a intervenção judicial.

Até mesmo a SAF apresentada recentemente como “salvadora da pátria” está contaminada pela associação com uma conselheira corrupta e com a facção criminosa travestida de torcida organizada.

O Corinthians precisa ser passado a limpo.


Reforma do Estatuto

A oposição à Reforma do Estatuto manifestada pelo CORI, embora mascarada por eventuais equívocos pontuais — todos facilmente corrigíveis —, tem como pano de fundo o temor da perda de privilégios previstos no anteprojeto, a imposição da manifestação aberta de conselheiros e, principalmente, a perda do controle do curral eleitoral caso seja aprovada a votação pelo Fiel Torcedor.

É disso que se trata.


RCE

A Justiça acertou ao recusar a indecente proposta do Corinthians de destinar apenas 4% de seu faturamento para quitar dívidas que se arrastam — e aumentam — há algumas décadas.

O clube, porém, não errou ao apresentá-la.

Faz parte do jogo da negociação.

A questão é saber como o Corinthians se comportará diante da decisão, correta, de obrigá-lo a destinar 20% de seus recursos à quitação das pendências.

A única solução é a redução de despesas.

Fora isso, perder-se-á a oportunidade de equalizar os problemas em situação bem mais favorável (RCE), aprofundando ainda mais o caos instalado ao longo de sucessivos desgovernos.

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