MP-SP e Polícia Civil atuarão em ‘Força-Tarefa’ para investigar possível furto de vice do Corinthians

No último dia 23, o DRADE instaurou inquérito policial para apurar, entre outras possíveis irregularidades, se o vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça, cometeu furto qualificado de materiais esportivos do clube, conforme sugere a auditoria interna determinada pelo presidente Osmar Stabile.
No link a seguir, a íntegra do documento:
Íntegra da Auditoria Interna que compromete o vice-presidente do Corinthians
O pedido de investigação partiu do Ministério Público de São Paulo, por meio do promotor Cassio Roberto Conserino.
A apuração será conduzida em força-tarefa entre os órgãos envolvidos.
Depoimento de Osmar Stabile
O presidente Osmar Stabile prestou depoimento em 4 de novembro, um dia após a conclusão dos trabalhos da auditoria, comprometendo-se a colaborar com a Justiça e enviar o material produzido.
Segundo o termo:
“Sabendo ler e escrever, declarou que é Presidente do Sport Club Corinthians Paulista desde maio de 2025, inicialmente em caráter provisório e, atualmente, em caráter definitivo.”
Sobre os desvios:
“Perguntado pela Autoridade Policial em relação ao desvio de materiais esportivos da Nike, o Presidente informou que inicialmente determinou levantamento da quantidade de materiais esportivos e posteriormente criou um grupo para realização de auditoria interna (…)”
Afirmou ainda:
“Em relação à auditoria do material do futebol profissional, a apuração findou-se na data de ontem e prevê entre hoje e amanhã a análise do referido relatório, informando que oportunamente irá compartilhá-lo com as investigações.”
Sobre o esporte amador:
“Quanto à auditoria do material esportivo do esporte amador, a apuração encontra-se em andamento (…)”
A polícia confirma já ter recebido os documentos.
Depoimento de Marcelo Munhoes
Na mesma data, foi ouvido Marcelo Munhoes, diretor de TI e responsável pela auditoria interna:
“Sabendo ler e escrever, declarou que é Diretor de Tecnologia da Informação do Sport Club Corinthians, não remunerado há 5 meses.”
Munhoz relatou que a auditoria começou em 15 de setembro e foi concluída um dia antes do depoimento. O relatório completo — ainda sem o inventário do almoxarifado do Parque São Jorge — foi entregue pessoalmente ao presidente Stabile.
Entre os achados, segundo ele:
“Há uma série de falhas nos processos internos de gestão de materiais da Nike (…). Há nove relatos de não conformidade, sete riscos detectados e quinze recomendações.”
Complemento de depoimento após intimidação
Em 11 de novembro, Munhoz retornou à delegacia após sentir-se ameaçado por Armando Mendonça.
“Em 10 de novembro de 2025, o Sr. Reginaldo Nascimento, funcionário do setor de Tecnologia da Informação, recebeu pessoalmente da Sra. Márcia, secretária da Presidência, uma notificação extrajudicial com teor intimidatório.”
A notificação:
– questionava a validade da auditoria;
– exigia exibição integral das provas;
– pedia preservação de evidências;
– cobrava retratação pública em defesa de Armando Mendonça.
Munhoz esclareceu:
“A auditoria em questão foi realizada após pedido formal do Presidente do Sport Club Corinthians Paulista.”

A estranha escolha do advogado
Outro ponto que chama atenção é o Corinthians — potencial vítima do crime investigado — ter indicado como advogado Victor Waquil Nasralla, membro do grupo político conhecido como Centrão, alinhado a Armando Mendonça e Rozallah Santoro.
Uma escolha, no mínimo, temerária.

Silêncio público de Stabile
Causa estranheza o fato de Stabile, publicamente, não ter defendido ou rechaçado o trabalho de Munhoes, tornando o ambiente político de Parque São Jorge confuso.
Não se sabe como ficará a relação entre Presidente, Vice-presidente e o Diretor estatutário responsável por elucidar problemas que, há tempos, assombravam o cotidiano corinthiano.


