
Em 2022, Madame Leila Pereira, presidente do Palmeiras, ingressou com duas ações contra a jornalista Milly Lacombe, do UOL.
Na esfera cível e também na criminal.
O texto que motivou a fúria dizia:
“Dirigentes mulheres de Flamengo e Palmeiras descem à lama da história”
“Angela Landim e Leila Pereira, por exemplo, diretora e presidente de seus clubes, ambas vão ser citadas pelos livros de história como dirigentes de elencos multi-campeões e também como mulheres abaixo das mais miúdas expectativas de caráter”
“(…) são duas representantes do pior que o futebol tem a oferecer. Duas mulheres que reproduzem a estrutura do futebol da forma violenta como ela está hoje organizada, Duas mulheres que nada fazer para mudar a organização machista, racista, LGBTfóbica, classista e excludente que o futebol atual é”
“(…) na tribuna de honra” do estádio Allianz Parque, “um presidente de extrema-direita cujas ações administrativas foram responsáveis pela morte de pelo menos 400 mil pessoas a mais na pandemia, que diz que estupro é elogio, que mulher é fraquejada e que acha normal pintar um clima com meninas de 14 anos”.
“Será que há interesse nessa relação que nós desconheçamos? Só isso explicaria o acolhimento público dado a um extremista de direita”.
A Presidente do Palmeiras pedia três anos de prisão para Milly, a quem atribui um delito de injuria e três difamações.
Eis que, surpreendentemente, há alguns dias, Leila pediu o encerramento do processo criminal, alegando que o texto “Leila Pereira seria criticada nesses termos e dessa forma se fosse homem?”, publicado pela jornalista em 30 de agosto, serviria como retratação.
Detalhe: Milly, formalmente, não se retratou nem pediu desculpas a presidente palestrina.
E nem deveria.
Logo após, surgiu na esfera cível um documento de composição amigável, em que Madame desistia do procedimento.