Coluna do Fiori

FUTEBOL: POLÍTICA, ARBITRAGEM E VERDADE

Fiori é ex-árbitro da Federação Paulista de Futebol, investigador de Polícia e autor do Livro “A República do Apito” onde relata a verdade sobre os bastidores do futebol paulista e nacional.

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apito limpo

“Todos têm direito de se enganar nas suas opiniões. Mas ninguém tem o direito de se enganar nos fatos”

Bernard Baruch: foi influente especulador estadunidense

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Relembro aos árbitros que faltam dez dias para:

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TV Globo

Certamente coloca moderna tecnologia a disposição dos ex-árbitros e comentaristas; mesmo assim: uns tecem opiniões conflitantes com as leis do jogo.

Cito

Sandro Meira Ricci trabalhou na Copa 2014, Olimpíadas 2016 e Copa Mundo 2018, ressaltando: ao lado dos assistentes Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse, com subsídio da tecnologia foi o primeiro a validar gol em certames oficial da FIFA.

Fundamentado

No explicitado da Regra 12 contradigo Sandro Meira Ricci que ocorreu penalidade máxima no instante da fortuita bola na mão do flamenguista Léo Pereira acontecida na primeira contenda final ocorrida no tablado corintiano.

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31ª Rodada da Série A do Brasileirão 2022 – Sábado 08/10

Cuiabá 1 x 2 Flamengo

Árbitro: Raphael Claus (FIFA-SP)

VAR

Daiane Caroline Muniz dos Santos (FIFA-SP)

Item Técnico

Acertou ao marcar a penalidade máxima cometida por Osorio defensor da equipe cuiabana no oponente Marinho;

Penalidade

Batida por Marinho convertida no segundo gol flamenguista

Item Disciplinar

Cartão Amarelo: 02 para cuiabanos e 02 para flamenguistas

Corinthians 2 x 1 Atlético-PR

Árbitro: Anderson Daronco (FIFA-RS)

VAR

Rafael Traci (FIFA-SC)

Item Técnico

Errou feio por estar de frente pro lance e ter deixado seguir o jogo não marcado a clara penalidade máxima sofrida pelo corintiano Ramiro;

VAR

Chamou, Daronco foi ao monitor, viu, reviu, voltando corrigiu o erro apontando a marca da cal.

Penalidade

Cobrada por Roger Guedes resultando no tento da vitória de sua equipe

Item Disciplinar

Cartão Amarelo: 01 para corintiano

Domingo 09/10

São Paulo 0 x 1 Botafogo

Árbitro: Jean Pierre Goncalves Lima (RS)

VAR

Daniel Nobre Bins (FIFA-RS)

Item Técnico

Mesmo de frente e com total visão do fato, deixou passar o claro puxão do são-paulino Léo no botafoguense Teche, Teche, que tinha grande perspectiva mandar a bola pro fundo da rede.

VAR

Cumprindo dever solicitou a árbitro rever no monitor; assim o fez: voltando reviu seu erro confirmando a infração penal, cobrada por Tiquinho, transformada no gol da vitória da equipe Estrela Solitária.

Item Disciplinar

Cartão Amarelo: 03 para são-paulino e 02 para botafoguenses

Vermelho: Direto e correto para o são-paulino Léo por ter cometido penalidade máxima ao segurar o oponente que estava de posse da redonda com enorme chance de mandar a bola profundo da rede.

Copa do Brasil 2022 – Primeira das duas decisivas

Quarta Feira 12/10

Corinthians 0 x 0 Flamengo

Árbitro: Bráulio da Silva Machado (FIFA-SC)

VAR

Rodrigo D Alonso Ferreira (FIFA-SC)

Item Técnico

Acerto dele no ato e do VAR por terem dado prosseguimento ao jogo no lance em que a redonda tocou no braço do flamenguista Léo Pereira reclamado pênalti por corintianos;

Aclaro

Se o atleta mover o braço e mão objetivando desviar a trajetória da redonda estará empreendendo infração; sendo movimento normal jogo segue e.

Item Disciplinar

Cartão Amarelo: 02 para corintianos e 01 para flamenguista


Confira abaixo o programa “COLUNA DO FIORI”, desta semana.

Nele, o ex-árbitro comenta assuntos, por vezes, distintos do que são colocados nesta versão escrita

*Não serão liberados comentários na Coluna do Fiori devido a ataques gratuitos e pessoais de gente que se sente incomodada com as verdades colocadas pelo colunista, e sequer possuem coragem de se identificar, embora saibamos bem a quais grupos representam.


Política

A machadada totalitária de Bolsonaro

Ninguém ficou incólume. Todos fomos afetados em todas as esferas da vida familiar, profissional e social.

O presidente Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para irem às ruas no 7 de Setembro e eles o obedeceram em massa. No primeiro turno, obteve 51 milhões de votos. Qual é a mágica do bolsonarismo?

Bolsonaro falhou no exercício institucional da Presidência. Na pandemia, deixou o trabalho árduo para os governadores e prefeitos. Na relação com o Congresso, foi um desastre. O projeto mais relevante de autoria de seu governo aprovado pelo Congresso consistiu em alterar a lei de trânsito. A reforma da Previdência e o marco do saneamento, para citar dois projetos significativos, estão situados temporalmente neste mandato, mas não são criação intelectual do governo nem resultado de sua articulação política.

Esse panorama pode levar à interpretação, simplista e equivocada, de que Bolsonaro não exerceu o poder, tendo sido mero refém do Centrão. Não. Ele exerceu um efetivo poder ao longo de todo o mandato. Caso contrário, não teria recebido 51 milhões de votos. Qual foi, então, o seu poder?

Ele capturou a agenda pública e o imaginário coletivo. Bolsonaro não age no campo formal do Estado. Veja sua produção legislativa enquanto deputado federal. Mas isso não significa que ele não exerça poder. Como disse Barack Obama, “a capacidade de liderar um país não tem que ver com a legislação ou a regulamentação, e sim com moldar atitudes, moldar a cultura, conscientizar”. Bolsonaro está continuamente moldando atitudes, definindo o enquadramento dos temas, criando expectativas e temores. Isso tudo é muito poderoso, com efeitos sobre toda a sociedade.

Bolsonaro não age no campo formal nem no racional. Sua atuação é afetiva, emocional, visceral. Nada do que ele diz remete à racionalidade do interlocutor. Entre outras consequências, onde ele está nunca há diálogo. Nunca há debate de ideias ou propostas. A meu ver, esse é o dano mais imediato e perigoso do bolsonarismo à democracia e ao funcionamento do Estado.

Bolsonaro divide. Não há termo médio. É adesão ou rejeição. Ele não dá espaço à indiferença. Quando louva a ditadura, quando homenageia um torturador, quando diz que sonega tudo quanto pode, quando debocha o doente de covid com falta de ar, quando despreza quem passa a fome, Bolsonaro não remete à esfera racional. Está continuamente dando, em chave afetiva, uma machadada na sociedade. Ame-o ou deixe-o.

Talvez esperássemos que todos o deixassem. Mas a vida é mais complexa e as percepções, mais ambíguas. Quando Bolsonaro xinga juízes, quando agride mulheres, quando entoa imbrochável, sua rejeição aumenta. Mas ele também ganha votos.

Num cenário político-partidário pasteurizado, a machadada de Bolsonaro conferiu-lhe um perfil público único. Deu-lhe visibilidade. E ele soube aproveitar cada segundo desse espetáculo, para dizer uma barbaridade, para escandalizar, para ferir a sensibilidade dominante. Descobriu para si um “oceano azul” na política, sem nenhum competidor. Desde 1988, Bolsonaro vem tendo sucesso em todas as eleições nas quais concorreu.

A abordagem visceral serviu a Bolsonaro para não responder a nenhuma pergunta incômoda. Suspeitas de rachadinha, cheques na conta da mulher, relações com milicianos, compra de imóveis com dinheiro vivo, escândalos no MEC – nada disso recebeu uma resposta racional. E duvido que algum dia receba.

Não foi por acaso que a educação no governo Bolsonaro foi desprezada. Que a ciência e as universidades foram atacadas. Que o jornalismo foi ameaçado. O bolsonarismo é a antítese da racionalidade – aspecto que se conecta com um traço próprio do fenômeno neopentecostal, a depreciação da razão.

Bolsonaro não tem nada de conservador, de reflexão, de olhar sereno sobre a realidade social. Ele fala palavras com verniz conservador – liberdade, família, pátria –, mas nunca se referindo ao conteúdo racional desses conceitos. É um uso meramente emotivo, simbólico, manipulador. É “apenas” mais uma machadada sobre o imaginário coletivo.

Pode não se reeleger – corajosamente os mais pobres e miseráveis têm sido, nestas eleições, o esteio da racionalidade e da democracia –, mas Bolsonaro já causou danos profundos e duradouros ao País. Não bastará revogar sigilos contrários à Lei de Acesso à Informação. Não bastará restaurar a vigência da legislação relativa às armas. Não bastará devolver ao Ministério da Defesa sua moldura institucional original. Bolsonaro submeteu o imaginário coletivo a uma sessão de destruição e tortura de quatro anos. Ninguém ficou incólume. Todos fomos afetados em todas as esferas da vida familiar, profissional e social – e por isso sua machadada é totalitária.

Gilbert K. Chesterton dizia que, ao tirarem a mitra do bispo, arrancaram junto sua cabeça, sua razão. Bolsonaro, ao atirar contra nossa razão, feriu também o nosso coração, o nosso núcleo afetivo mais íntimo. Que os corações voltem a ser livres. É tempo de educar as crianças, de dar a comer a quem tem fome, de reconstruir a racionalidade. É hora de tirar quem, em vez de governar, preferiu vandalizar este solo sagrado que todos levamos dentro.

Nicolau da Rocha Cavalcanti: Advogado e Jornalista – Publicado no Estadão do dia 13/10/2022

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Finalizando

“Em toda sociedade apática e desinformada o governo se apropria do Estado”

Walmir Celso Koppe: Pensador

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Chega de Corruptos e Corruptores

Se liga São Paulo

Acorda Brasil

SP-15/10/2022

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