Da FOLHA

Por FLÁVIA BOGGIO

Que os paulistas aprendam com os erros e saibam distinguir melhor as frutas podres para não terem de pagar caro

No início do ano o Mercado Municipal de São Paulo foi parar nos noticiários após denúncias de que comerciantes estariam vendendo frutas superfaturadas e embutidos vencidos. O “golpe do Mercadão” ajudou a piorar a má fama do paulista, conhecido por comprar tilápia por saint-peter, ainda mais se ele vier de alguma “saintpeteria da villa gourmet”.

Dentre os inúmeros golpes em que o paulista cai diariamente, que incluem bolovo gourmet e almoço caro com “vista de cair o queixo” para o Minhocão, nenhum chega perto do que está por vir em outubro. Se depender dos pré-candidatos, as eleições de São Paulo serão uma versão eleitoral do Mercadão.

Tem de tudo. Mario Frias, cuja única contribuição para a cultura foi fazer parte da novelinha “Mutantes”, até hoje maior referência da pior qualidade de efeitos especiais.

A Doutora Cloroquina, como é conhecida Nise Yamaguchi, que chegou a ser rejeitada para assumir o Ministério da Saúde. Isso que os pré-requisitos para assumir o cargo são: nenhum.

Janaína Paschoal também tenta a reeleição, o que será motivo de comemoração entre acadêmicos da USP. Para eles, significava mais quatro anos longe da “maluca do golpe”.

Eduardo Cunha que, após uma temporada de quatro anos, percebeu que nem mesmo os cariocas o engoliam. O que fazer? Migrar para o colégio eleitoral mais panaca de todos.

E a fruta mais podre do Mercadão —ou seria bananinha? — Eduardo Bolsonaro. Seu único mérito é ser filho do presidente, uma pessoa que mal consegue manter a farofa dentro da boca.

Se jogar Eduardo Bolsonaro na marginal Tietê, é capaz de ele passar dias procurando a ponte do Limão. Ele não sabe distinguir São José dos Campos de São José do Rio Preto. Não deve ter pisado em nenhuma das duas. Nem o implante capilar suportou Eduardo Bolsonaro e pulou para fora de sua cabeça.

Essa semana, o deputado ironizou a tortura sofrida por Miriam Leitão. Ao perceber o erro, disse que foi “uma piada”, a desculpa dos covardes. Eduardo Bolsonaro não sobreviveria a um minuto o que sofreram as mulheres vítimas da ditadura.

Que os paulistas aprendam com os erros e saibam distinguir as frutas podres. Ou, mais uma vez, vamos pagar caro nesse mercadão eleitoral.

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