Em nova manobra para iludir a cabeça dos poucos conselheiros imparciais do Corinthians, a diretoria do clube deixou vazar à imprensa resultado de superavit dos meses de janeiro e fevereiro de 2021.

R$ 1 milhão.

Apesar de tratar-se de soma modesta, diante do tamanho da agremiação, a informação soa como mudança de rumo administrativo se comparada com o caos reinante nos últimos quatorze anos.

Mas não é bem assim.

Não estão, devidamente contabilizados, em exemplo, o calote em repasses de ingressos ao Arena Fundo, que o Corinthians trata com calculo bem inferior aos quase R$ 50 milhões relatados pelo gestor da Arena.

Além disso, existe o sucateamento, neste momento, da equipe principal de futebol, com a demissão de diversos atletas – contratados pela própria gestão – que deverá gerar custos futuros de rescisões e ações trabalhistas  (há mais de dois anos e meio não é depositado o FGTS dos jogadores), e a falta de reposição que o Corinthians precisa para disputar campeonatos em nível adequado.

Ou seja, com o time ruim, a arrecadação – premiações, direitos de tv, etc – também será menor.

É nesse ambiente de lorota, coadjuvado por Conselho Fiscal e CORI – que correm para avalizar a estranha prestação de contas de apenas dois meses, em contraponto do comportamento de uma gestão que escondeu as anteriores por mais de dois anos -, que o Conselho Deliberativo será induzido a erro se deixar-se contaminar com o argumento de que o passado foi ruim, mas o futuro apresenta-se promissor.

O correto seria discutir na referida reunião apenas o objeto da convocação, que é a avaliação das contas, terríveis, de 2019 e 2020, deixando tudo o que vem depois para o momento adequado, quando convocados, oficialmente, a fazê-lo.

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