Ontem (19), o Corinthians elegeu o advogado Alexandre Husni, réu confesso em compra de sentença de juizes, como presidente de seu Conselho Deliberativo.
Foram 131 votos contra 97.
Muitos desses de magistrados, o que revela o tamanho da indecência nos bastidores alvinegros.
A diferença da votação se deu, ao que parece, pela decisiva ausência de alguns conselheiros vitalícios, parte sob alegado medo do COVID-19, outros em silencioso protesto pelo ocorrido nos bastidores da escolha do candidato oposicionista Fábio Aguiar Munhoz Soares.
Possibilidade adiantada, dias atrás, pelo Blog do Paulinho
O vice de Husni é o controverso André Negão, que exercerá, também, a presidência da Comissão de Ética e Disciplina do clube.
O cartola tem currículo extenso:
- preso, algumas vezes, por crimes diversos, entre os quais contravenção ligada ao Jogo de Bicho;
- réu em três ações de sonegação fiscal com apropriação indébita – no exercício do cargo no Timão
- condenado em prestação de contas eleitorais (que foi resolvido com acerto posterior)
- detido para esclarecimentos sobre acusações de recebimento de propinas para construção do estádio de Itaquera
- liberado após ‘transação penal’ para evitar condenação por posse de arma sem registro adequado
Se os órgãos de fiscalização do Corinthians estão nesse nível, não é diferente o que se observa nos cargos principais da diretoria.
Duílio ‘do Bingo’ Monteiro Alves, presidente alvinegro, oficialmente não possui trabalho e deve quase R$ 45 milhões somente em impostos, fora ações trabalhistas e demais calotes, razão pela qual todos os seus bens e contas estão, quando não penhorados, bloqueados.
Na diretoria de futebol, cargo mais relevante depois da presidência, está o desempregado Roberto Andrade, que, recentemente, passou pelo constrangimento de precisar abandonar o apelido ‘da Nova’ após ser expulso da empresa que trabalhava, acusado de roubá-la.
Os demais cargos no clube estão distribuídos entre prepostos de Negão, Andres Sanches e até de Ronaldo ‘Fenômeno’, excetuando-se o departamento jurídico, separado para cooptação de ex-oposicionista.
A única ‘ilha’ é o Sub-23, feudo do afamado bicheiro Jaça, que possui esquema próprio de locupletação.
O Corinthians segue, como ocorre há 14 anos, refém de um grupo de pessoas capaz de tudo.
Não à toa, apesar de arrecadar mais dinheiro do que todos os clubes do Brasil, é o mais endividado, na contramão de seus cartolas, que, apesar de ‘voluntários’, ampliam o patrimônio com direito a ostentação.