Na última semana, dirigentes do Corinthians estiveram na quadra da facção “Gaviões da Fiel” para o lançamento da camisa do clube que assemelha-se ao uniforme da “organizada”.

Não é a primeira bajulação dos cartolas aos ditos “torcedores”: em passado recente, o clube chegou a destinar a arrecadação integral de um jogo contra o Guarani para suposto patrocínio de carnaval.

Esse tipo de comportamento, em regra, gera submissão dos “afortunados” a seus presenteadores.

Fato é que, nos últimos anos, a sempre combativa Gaviões tem omitido-se diante dos desmandos, escancarados, dos gestores alvinegros.

Neste mesmo dia, do lançamento da camisa, vazaram áudios de um diretor do clube, André Negão, combinando recebimento de propina com intermediário da construtora responsável pelo estádio de Itaquera, e, ainda assim, em vez de questionamentos, o que se viu na quadra da facção foram afagos, tapinhas nas costas e bajulação.

O episódio foi tão vergonhoso que a própria Nike, fabricante do uniforme, que nunca havia, nestes longos anos de parceria com o Corinthians, deixado de comparecer a lançamentos de seus produtos, boicotou o evento.

Pior: a marca, que não quer ser associada aos “organizados”, e, por conta disso, já havia sido contrária à confecção da camisa, deverá, sem alarde, evitar a distribuição do produto nas principais lojas do pais.

Ou seja, para servir a um “exército” de algumas milhares de pessoas, em troca do silêncio a seus malfeitos, os dirigentes do Corinthians desagradaram aos demais milhões de torcedores, provavelmente, assim como ocorreu com a Nike, envergonhados de utilizar a referida vestimenta.

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